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Alex diz que vai votar pelo avanço da 2ª denúncia contra Temer

Deputado foi a favor da 1ª investigação contra o presidente e revela retaliação do governo

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
23/09/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Presidente estadual do PPS, o deputado federal Alex Manente relata retaliações do governo de Michel Temer (PMDB) após ele ter votado a favor da primeira denúncia contra o presidente da República, no começo de agosto, e revela que votará pelo prosseguimento da apuração da segunda denúncia, que chegou na noite de quinta-feira à Câmara Federal.

Alex também adianta que quer apoiar a candidatura ao Palácio dos Bandeirantes do hoje vice-governador Márcio França (PSB), inclusive com possibilidade de indicação da vice na chapa socialista.

SEGUNDA DENÚNCIA CONTRA TEMER
“Minha postura continuará a mesma. O mais importante é mantermos a coerência e aquilo que acreditamos para nossa vida pública. Não é possível, nos dias de hoje, haver denúncias tão robustas que não serão investigadas por conta da votação dos deputados. Não podemos permitir que isso seja a tônica no nosso País. Da mesma maneira que votei o impeachment da Dilma (Rousseff, PT), seria incoerente da minha parte não votar pelo prosseguimento das investigações. Você não está impeachmando o presidente, apenas liberando o Supremo (Tribunal Federal) para iniciar processo de investigação das denúncias formuladas e que têm muita robustez jurídica.”

REPRESÁLIA PELA PRIMEIRA VOTAÇÃO
“Você acaba conduzindo, infelizmente, para um processo político que não deveria ser. Ocorre (retaliação), não tem como. Os próprios aliados de quem votou pela permanência do presidente acabam cobrando postura de quem votou contrário (ao presidente). Acho que essa foi a grande troca para que ocorresse o cerceamento desta investigação.

EXPECTATIVA NA CÂMARA PELA SEGUNDA DENÚNCIA
“Duas coisas podem pesar. Primeiro a proximidade do processo eleitoral pode contaminar a votação, que ajudaria para esse processo de investigação. Fui muito pelo menos elogiado pela votação da primeira denúncia. Acredito que quem não votou com o desejo da população sofreu muita retaliação do cidadão, do seu eleitor. Nisso pode modificar a votação da segunda denúncia. Vamos aguardar os desdobramentos, agora que inicia na CCJ, acredito que esses momentos são decisivos. Quem ouviu o eleitor vai votar a favor da investigação.

REFORMA POLÍTICA
“Ficou a mesma coisa. Não mudamos nada. Em determinados pontos há frustração em outros não. Não votar o fundo como PEC (Proposta de Emenda à Constituição) é avanço. Ter um fundo eleitoral no momento de tamanha crise econômica que o País vive, com falta de recursos para serviços essenciais, não seria entendido adequadamente e com justiça pela população. Nos demais pontos perdemos oportunidades. Oportunidades de fazer uma eleição mais justa. Eu defendia a eleição dos mais votados. Os mais votados são representação adequada num País que não se vota pela identificação partidária. Ninguém votou nos partidos do Tiririca (PR) e do Russomanno (PRB) por ideologia ao partido, e sim pelas pessoas. E eles fizeram número de deputados muito significativo, com 20 mil votos, 25 mil votos. Outra questão que deveria ser avaliada durante a reforma é termos campanhas com menores gastos. Não é possível continuar ter campanha exorbitante, seja com recursos públicos ou privados, ou até do próprio candidato. Tem de ter campanha menor, com menos poder aquisitivo, para se debater mais propostas e ideias e o poder do marketing tem de ser minimizado durante a campanha e não potencializado. Limitação financeira, independentemente da origem do recurso.”

BALANÇO DO MANDATO
“É um ano bastante positivo, primeiro porque no Grande ABC, com os novos prefeitos, tivemos oportunidade de aprofundar projetos com a maioria das cidades. Onde temos a relação próxima com os prefeitos conseguimos ampliar, não só nas emendas, mas em programas e projetos do governo federal. Nossa região é uma das que mais produzem imposto para o governo federal e é necessário ter alguém lá garimpando recursos que a região precisa.”

APOIO A MÁRCIO FRANÇA NO ESTADO
“Eu acredito que o Márcio França é o nome que mais se aproxima do que pensamos e eu particularmente defendo essa parceria dentro do partido. Quero que até o próximo congresso, no mês de outubro, tenhamos o rumo tomado de ser o primeiro partido a anunciar apoio à pré-candidatura do Márcio França como governador. Acredito que ele agrega a experiência de ter sido vice do governador Geraldo Alckmin (PSDB), capilaridade de relação partidária que ele tem e a condição de construir esse projeto para o futuro com solidez para o nosso Estado.”

PPS COMO VICE DE MÁRCIO FRANÇA
“Temos condição de pleitear qualquer cargo no Estado de São Paulo. O potencial do Grande ABC é muito forte. Temos condição de pleitear a vice e trabalharemos em sintonia para vencer a eleição.”

CANDIDATURAS DO PPS NA REGIÃO
“Tivemos os mais votados em muitas cidades do Grande ABC. Nomes do PPS estão entre os três a cinco mais votados em todas as cidades. Temos todos esses vereadores bem votados com condição de ser candidatos. Em Santo André há o desejo manifestado pelo Fábio Lopes, em São Bernardo há o desejo do Julinho Fuzari, em São Caetano há o Marcel Munhoz. Em Ribeirão Pires vamos aguardar o fim do imbróglio (jurídico) para saber o que vamos fazer também. Temos uma grande bancada lá e potencial. Em Mauá temos relação bastante próxima com o Atila (Jacomussi, PSB), por ser do PSB tem sintonia do PPS com o governo dele para poder apoiá-lo. Com o Lauro (Michels, PV, Diadema) a mesma coisa. Nomes serão discutidos em todas as cidades, mas só lançaremos aqueles que tenham de fato condição de disputar vaga.”

PPS NACIONAL
“O PPS busca alternativa para esse projeto. Temos alternativas, nomes novos colocados. O PPS sai ileso de todo processo de corrupção, não temos nenhum grande quadro envolvido em qualquer denúncia de corrupção. E naturalmente os candidatos novos, os outsiders, conversam com o PPS. O Luciano Huck tem conversado com o PPS. A mãe dele foi do partidão com o Roberto Freire.”

OCUPAÇÃO NO BAIRRO ASSUNÇÃO
“Somos veementemente contra, repudiamos esse tipo de atitude, entendemos que não é desta maneira que se constrói moradia popular. Existe fila e quando existe esse tipo de ocupação você fura fila de quem está justamente aguardando. Você tira a justiça da lista da Habitação. Inclusive repudiamos quem utiliza isso para fazer política, seja de um lado ou de outro. Não podemos trazer esse caso para uma discussão política.” 




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