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As turmas de São Caetano. Só duas?
Ana Beatriz Moço
05/04/2018 | 07:00
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Seguimos com a narrativa da jornalista Maria Angélica Ferrasoli, inspirada nas lembranças do acadêmico Claudio Prieto (Memória, 4-4-2018). Duas ‘turmas’ da mesma São Caetano. Tempos diversos; ideais semelhantes.

Ei, Carmelo Conti, convide a ‘tchurma’ da Angélica a participar da próxima rodada de pizza. Prometemos comparecer também apenas para registrar o encontro de duas queridas gerações são-caetanenses.


Metodista, aí vamos nós...

Texto: Maria Angélica Ferrasoli

Acho que a gente era, à época, o que hoje se chamaria um ‘coletivo’. Não era só o teatro: queríamos discutir cultura na cidade, queríamos discutir o País; a abertura política e a volta da democracia; chamamos debate com o Plínio Marcos (que acabou furando), nos reunimos com representantes de setores e partidos que queriam o fim da ditadura. 

Incomodamos um pouco: num dos ensaios da escola, recebemos a visita da PM, que havia recebido a (falsa) denúncia de uso de drogas pelos estudantes do teatro. 

Também produzimos textos, como uma peça infantil sobre um palito de picolé que quer se tornar mastro de navio, mas não chegamos a encenar.

Findo o colégio, para a maioria no ano de 1981, a ‘turma’ não se dissolveu. Fomos em grupo também para a Metodista, e lá, apesar do início da vida profissional, eu e Sílvio ainda participamos do DA da faculdade de comunicação, que promovia muitos espetáculos culturais, especialmente shows com cantores da MPB. 

Do tal ‘núcleo duro’, três de nós (eu, Nei e Sílvio) nos tornamos jornalistas, todos inclusive com passagem peloDiário

A veia artística não nos abandonou: o Penachi por muito tempo deu continuidade à sua carreira de músico e lançou um livro de poemas; Márcia, que se aposentou na GM, é uma cantora reconhecida na região, e eu, que lancei o livro infantil A Cueca do Papai há alguns anos, continuo participando de antologias de contos e poemas, além de ter feito mestrado em Comunicação a partir da metodologia da memória.

Sonhos sonhados

A turma do Claudio Prieto era outra e não conheceu a minha. Mas por certo nossas identidades se misturam nessa história do Grande ABC, e fico pensando se novas ‘turmas’ não estão se fazendo nesse momento, sem que a gente saiba, sonhando sonhos que já sonhamos, buscando um País melhor e criando laços de afeto para uma vida toda – inclusive laços familiares, já que Sílvio e Márcia formam um casal e eu e Nei outro. Mas isso, claro, já é outra história.

Diário há 30 anos

Terça-feira, 5 de abril de 1988 – ano 30, edição 6718

Manchete – Operação da Receita visa arrecadar 50 bilhões de cruzados<

Saúde – Piora tratamento de hemodiálise no Grande ABC. Os pacientes de doenças renais crônicas sofrem com o nível de atendimento e o material deficiente.

Memória – Funcionários públicos municipais pioneiros de Diadema.

Polícia – Matadores promovem noite de horror em Santo André.


Em 05 de abril de...

1918 –  Queixa: trem de subúrbio parte da Estação de São Bernardo, atual Santo André, com atraso de 25 minutos e só com um carro de primeira classe, ao invés de dois.

De uma carta enviada ao Estadão: “A Inglesa (São Paulo Railway, SPR) não pode ignorar a grande frequência de passageiros; somente desleixo ou menosprezo pelo público é que explica o que se verificou”.

A guerra. Do noticiário do Estadão: bombardeio de cidades alemãs pelos aviões aliados; mortos e centenas de feridos; estações e casas demolidas; trem militar destruído.

Santos do Dia

Vicente Ferrer

Catarina Tomás

Bv. Mariano de La Mata Aparício

Hoje

Dia dos Fabricantes de Materiais de Construção 

Dia das Telecomunicações

Municípios Brasileiros

Celebram aniversários em 5 de abril:

Na Bahia, Anagé, Caetité, Dom Basílio, Érico Cardoso e Planalto.

Em Santa Catarina, Araquari e Camboriú.

No Piauí, Dom Expedito Lopes.

No Paraná, Godoy Moreira.

No Pará, Marabá.

No Rio Grande do Sul, Novo Hamburgo.

No Rio Grande do Norte, Pureza.

No Maranhão, Timbiras.


A fauna do Grande ABC

Cigarra Comum

Na verdade a foto é só a casca dela. As cigarras são insetos diferentes. Passam a maior parte da vida enterradas em forma de larva (há uma espécie norte-americana que fica enterrada durante 17 anos). No verão, a mágica acontece: a cigarra sai em forma de ninfa, sobe em uma árvore e troca a pele, assim, como aparece na foto. O que sobra é o resto da pele.

Para que a cigarra cresça, ela precisa arrebentar essa pele velha e sair com uma pele nova e já com o formato final, com asas. Quando isso ocorre, a cigarra arrebenta a parte das costas para sair com a pele nova – origem de uma lenda.

As pessoas olham essa casca, com o corte, e propalam que a cigarra canta até estourar.

Verdadeiramente, a cigarra nem canta. Ela não possui aparelho vocal. O som emitido se chama estridulação, quando ela fricciona uma parte do corpo com outra.

Pesquisa, texto e foto: Claudinei Correia de Mello, biólogo




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