Setecidades Titulo Educação
Alunos têm problemas com Fies

Sistema disponibilizado pelo governo federal
segue com instabilidade a 8 dias do fim do prazo

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
23/04/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Faltando oito dias para o fim do prazo de inscrições no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), estudantes de instituições privadas de Ensino Superior da região seguem com dificuldades para renovar contratos ou aderir ao programa do governo federal. Seja por problemas de instabilidade no portal ou devido às novas regras impostas pelo MEC (Ministério da Educação) para as matrículas, alunos já cogitam desistir do sonho de cursar a faculdade.

Conforme o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), 300 mil aditamentos, do 1,9 milhão de contratos existentes, ainda precisam ser realizados em todo o País. Por outro lado, apenas 242 mil novas adesões ao programa foram realizadas até o momento. A Abmes (Associação Brasileira das Mantenedoras do Ensino Superior) previa 500 mil ingressantes no Fies neste primeiro semestre. Informações regionais só serão divulgadas após o término das inscrições.

Apesar de alegar que o SisFies (Sistema Informatizado do Fies) está funcionando normalmente e que, mesmo com o alto número de acessos, os alunos estão conseguindo se inscrever no programa, o MEC reafirma que o prazo para aditamento pode ser estendido.

A Pasta federal passou a exigir dos candidatos neste ano nota mínima de 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e conceito máximo dos cursos, além de limitar em 6,41% o reajuste das mensalidades das instituições de ensino. O governo alega que as novas regras do Fies foram implementadas na tentativa de “corrigir erro cometido” desde a criação do benefício. Com isso, o controle do acesso às vagas do programa deixou de pertencer ao setor privado.

Para o diretor executivo da Abmes, Sólon Caldas, falta transparência por parte do governo durante o processo de mudanças no Fies. Uma das principais críticas é relacionada à limitação da quantidade de vagas ofertadas às instituições de Ensino Superior. “Nem escolas nem alunos têm conhecimento sobre os critérios adotados.”

Segundo o FNDE, há atendimento pleno aos cursos com nota máxima nas avaliações do MEC, já para as carreiras com conceitos 3 e 4, são considerados aspectos como distribuição regional e disponibilidade de recursos.

Na prática, o prejuízo fica com os estudantes. A jovem Michelle Araújo, 26 anos, está aflita com a possibilidade de ter de abandonar o curso de Arquitetura na FSA (Fundação Santo André), iniciado em janeiro. A moradora de São Bernardo diz que perdeu as contas de quantas horas passou em frente ao computador na tentativa de aderir ao Fies. “Aparece uma mensagem que diz que o limite de vagas para a instituição escolhida está esgotado, mas quando questiono na faculdade, dizem que não há limite. Estou desempregada e não consigo pagar”, destaca.

O aluno do curso de Ciências Contábeis da FSA José Marcos dos Santos, 28, enfrenta o mesmo problema. “Passo quase o dia todo no computador, mas o site é instável e sai do ar diversas vezes. São sete passos para finalizar o processo, mas quando cheguei no último, voltou para o terceiro”, lamenta.

O MEC recomenda que, antes de se inscrever no Fies, o estudante consulte a instituição de Ensino Superior e o curso pretendido no link http://sisfiesaluno.mec.gov.br/selecao-cursos para saber se há disponibilidade de financiamento.

O diretor executivo da Abmes ressalta que o problema pode ser agravado, tendo em vista que as instituições de ensino estão permitindo que alunos nesta situação participem das aulas para que não percam o semestre. “Estamos quase no meio do ano e as coisas podem piorar. Se o MEC não aditar esses contratos e não repassar a verba para as escolas, os alunos vão ter de arcar com essas mensalidades em atraso”, diz.




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