Esportes Titulo Especial
Jorginho visita Santo André e lembra lendário time de 1997

Ex-meia comandou time que ficou 23 partidas sem perder, mas não subiu para a elite paulista

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
02/03/2015 | 15:11
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


Não deve existir um só torcedor do Santo André, principalmente com mais de 30 anos, que não se lembre do time que disputou o Campeonato Paulista da Série A-2 de 1997. Seguramente foi um dos melhores elencos já montados pelo Ramalhão, mas que deixou o acesso escapar entre os dedos, após permanecer 23 partidas do torneio sem perder. O meia Jorginho, um dos principais personagens desta história, esteve recentemente visitando o Bruno Daniel e lembrou detalhes da fatídica eliminação.

“Na realidade tem até explicação, é que não vale agora lembrar lá trás. Era belíssimo time, só que no fim aconteceu de ter muitos cartões, não sei se teve dedo de alguma coisa para não subir o Santo André, alguma força de federação ou qualquer coisa parecida”, ressaltou Jorginho. “Matão colaborava com muito dinheiro, tinham os bingos, não se sabe, mas nos podaram”, lembrando que Matonense e Ituano foram os times que conquistaram a vaga na elite.

Naquela temporada, o Ramalhão sobrou na Série A-2. Foram 23 partidas de invencibilidade (12 vitórias e 11 empates), o que aumentou a expectativa pelo acesso – o clube havia sido rebaixado em 1994. Como favorito, o Santo André iniciou bem o quadrangular final contra Novorizontino, Matonense e Ituano, mas nas partidas em Matão e Itu ocorreram erros grotescos de arbitragem e diversos jogadores andreenses foram expulsos por reclamações, o que fragilizou o time e foi decisivo na perda do acesso.

“Ficou mágoa, tristeza por não ter subido naquele ano. Era para ter conseguido o acesso com os pés nas costas. Foi um dos melhores times que joguei, principalmente aqui no Santo André”, exaltou Jorginho, que tem no currículo histórias vitoriosas com as camisas de Portuguesa, Palmeiras, Atlético-MG, Santos, entre muitos outros – foram 14 times no total.

Além dele, o time do Santo André de 1997 tinha outros jogadores consagrados, como o goleiro Maizena, ex-Internacional, o lateral-direito Leandro Silva e o atacante Fabinho, ex-Corinthians, e o volante Bigu, ex-Flamengo. O grupo era comandado pelo técnico Tata, atualmente auxiliar técnico de Muricy Ramalho no São Paulo.

VELHOS AMIGOS
A visita do ex-atleta ao Santo André não foi em vão. Agora treinador, ele foi cumprimentar alguns funcionários do clube que jogaram ou trabalharam com ele. “Vim ver o Ivan (Izzo, ex-treinador) e o Fernando (Leão, preparador físico) que são dois irmãos que tenho. Vim dar uma força”, disse Jorginho, que ainda jogou com Ramalho, no início da carreira do volante, no fim dos anos de 1990.

Após se aposentar em 2002, jogando no Avaí, Jorginho iniciou em 2007, no União Mogi, a carreira de treinador e já passou por grandes clubes, como Palmeiras, Goiás, Ponte Preta, Portuguesa, Atlético-PR, Bahia, Náutico, Vitória. Seu último trabalho foi na Chapecoense, em 2014. Mesmo prestigiado por agremiações importantes, Jorginho promete que ainda voltará ao Ramalhão. “Um dia ainda venho trabalhar no Santo André, adoro essa casa”, disse.

Por opção, o técnico não acertou com nenhum clube em 2015. “Estou parado. Tem muita gente boa no mercado e tem de ter paciência para pegar alguma coisa boa, porque já peguei muita barca furada”, sorriu.

Jorginho acompanhou da arquibancada a vitória andreense (2 a 0) diante do Batatais, pela quinta rodada da Série A-2, e gostou do que viu. “O time está sendo montado ainda, difícil de falar alguma coisa, mas acho que tem tudo para subir”, garantiu.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;