Se a meta do São Bernardo no Paulista era a vaga na Série D do Brasileiro, depois da humilhante derrota de ontem, por 3 a 0 para o Audax, em Osasco, o foco deve ser a luta contra a degola. Frágil, o time foi facilmente superado e chegou ao terceiro revés seguido.

Com sete pontos, o Tigre é lanterna do Grupo A e pode ver a briga contra degola se acirrar no fim da rodada. O Audax é o último na Chave B.

O clima era favorável ao São Bernardo, que parecia jogar em casa, já que seus torcedores faziam mais barulho que os anfitriões. A situação, porém, parece ter feito o time se acomodar. Muito mais ligado, o Audax tratou de mostrar quem mandava.

O São Bernardo não tocou na bola nos dois primeiros minutos. Passiva, a equipe assistiu ao Audax trocar passes até que a bola chegasse em ótima condição para Matheuzinho chutar cruzado e abrir o placar.

Sem dó nem dificuldade, o time osasquense não demorou a ampliar. Aos três, Ytalo cruzou e encontrou Rafael Longuine, que bateu de primeira e marcou belo gol.

Atônito, Boaro assistia a tudo passivamente. O reflexo estava nos jogadores, que não sabiam o que fazer para evitar o frenético toque de bola do Audax.

Se o clima não era bom para o Tigre ficou pior aos 29, quando Boaro trocou Cañete por Carlinhos. O argentino não gostou, reclamou e chutou garrafa de água antes de sentar no banco de reservas.
Em campo, o domínio do Audax era pleno. Quem esperava pelo intervalo para que Boaro mudasse o panorama, se decepcionou. Assim que a bola voltou a rolar, aos dois, Matheuzinho recebeu na área e só tirou de Daniel: 3 a 0.

Mesmo com a vantagem, o Audax seguiu soberano e tinha o controle do jogo. No máximo, o Tigre assustava em chutes de Vicente, que chegou a acertar o travessão, aos 39, no último suspiro do São Bernardo no jogo.

Alex Silva parte para cima da torcida

A derrota para o Audax deixou sequelas no São Bernardo.Irritado com as vaias, o zagueiro Alex Silva partiu para cima dos torcedores do clube que estavam na grade que separa a arquibancada do gramado e teve de ser contido por seguranças.

Depois, na saída do vestiário, ele desabafou. “Por ter um nome você é cobrado, mas temos 11 jogadores e erraram os 11. Acabei estourando. Não vim para o São Bernardo de sacanagem, tive um ano e meio parado, pensando em abandonar o futebol e o clube abriu as portas. Trabalho todos os dias, me dedico, mudei minha conduta, não estou aqui de sacanagem. O que me chateia é isso. Foi meu segundo jogo, não aconteceu como deveria, mas tem de respeitar. Vim para ajudar, se não sirvo para o São Bernardo é só colocar o contrato na mesa que eu vou embora.”

O diretor executivo Edgard Montemor também não poupou palavras ao lamentar a derrota. “Tem de vestir a camisa do São Bernardo como se estivesse vestindo a do melhor time do mundo, independentemente de onde jogou. Temos de ver quem quer ficar e honrar essa camisa”, esbravejou.

Edgard disse que Boaro será mantido. “Temos de parar de trocar técnico depois de derrotas. Não teremos mudanças na comissão. Já os atletas são 28, se tiver de seguir com 25 não tem problema, mas tem de querer ficar no clube”, ameaçou.