Imersa em dívidas, fabricante de brinquedos terá dois anos para deixar suas contas no azul
A fabricante de brinquedos Gulliver, criadora do clássico Forte Apache, que remete o imaginário infantil ao Velho Oeste, ingressou com pedido de recuperação judicial. Fundada há 54 anos em São Caetano, a companhia está imersa em dívidas.
A solicitação foi requerida na 6ª Vara de São Caetano e, de acordo com o Sindbrinq (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Instrumentos Musicais e Brinquedos do Estado de São Paulo), foi assinado compromisso de deixar no azul suas contas no período de dois anos. Caso isso não ocorra, a empresa decretará falência.
Embora o valor total em haver não tenha sido divulgado, a presidente do Sindbrinq, Maria Auxiliadora dos Santos, conta que a Gulliver acumula dívidas em todas as frentes. “Um terço do 13º salário ainda não foi pago, o FGTS não tem sido recolhido há algum tempo, trabalhadores foram demitidos e a firma não tem dinheiro para pagar as verbas rescisórias, os prédios ocupados por ela estão penhorados e ela ainda tem débitos com bancos e de processos trabalhistas”, pontua. <EM>
Segundo Maria Auxiliadora, há cinco anos a Gulliver “vem se arrastando”. “A intensificação da crise econômica, aliada a problemas na administração e da invasão de brinquedos fabricados na China estão deixando a empresa nesta situação”, diz.
Hoje, há 30 funcionários na ativa e oito afastados por restrição médica. O número foi reduzido a cerca de um terço do quadro de funcionários de dois anos atrás, quando ele havia sido ampliado de 80 para 100 empregados – quando estava em prática o plano de engrossar o corpo produtivo, que em 2013 era de 250 profissionais. Naquele período, a Gulliver passou a apostar em brinquedos com preços populares, de até R$ 10, e em licenciamentos de futebol, a exemplo de série que tem como personagem o jogador Neymar, com réplica do atacante e jogo de bonecos articulados.
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