Cultura & Lazer Titulo Cinema
Monarca com espírito urbano

Charlie Hunnam visita o Brasil pela primeira
vez para promover ‘Rei Arthur: A Lenda da Espada’

Luis Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
16/05/2017 | 07:38
Compartilhar notícia
Divulgação


 A reinterpretação da história sobre do mito do Rei Arthur, monarca que comandou a Inglaterra entre os séculos 5 e 6, é a próxima grande aposta da Warner Bros Pictures. O conteúdo sobre o icônico personagem está nas mãos do ator Charlie Hunnam, que busca revelar a parte mais humana do homem que precisa retomar o trono do tio usurpador ao mesmo tempo em que estrela um aspirante a blockbuster. Todo esse trabalho está em Rei Arthur: A Lenda da Espada, que estreia nos cinemas brasileiros na quinta-feira.

“Um dos benefícios de ter crescido na Inglaterra é que o tema é uma leitura requisitada. Li muito sobre isso na infância de maneira natural. Sabia que a lenda era mais um processo”, explica o ator, que também buscou inspiração no filme Excalibur (1981). “No meio da cultura de fazer filmes, é quase que já esperado que se crie um certo nível espetacular em torno de uma produção com essa escala. É excitante e muito divertido de se fazer, mas, intimamente, pode não parecer tão empolgante para uma pessoa criativa. O desafio é tentar fazer um balanço entre o espetáculo de ação com o que há de substancial.”

Deixando o reino de Camelot de lado, Hunnam está pela primeira vez no Brasil para promover o longa-metragem. Ontem pela manhã, participou de sessão de fotos e conversou com representantes da imprensa de diferentes pontos do País. No domingo, foi ao Allianz Parque, onde interagiu com as mascotes do time da casa antes da partida entre Palmeiras e Vasco, pelo Campeonato Brasileiro – ele não viu o jogo. “Na verdade, não gosto muito do esporte. Jogava futebol no videogame e sempre escolhia o Brasil por ser o melhor time. Cresci em Newcastle e, lá, o esporte é como uma religião, algo parecido com aqui. Curto mais artes marciais mesmo”, revela.

A carreira do ator de 37 anos tem tido desafios. Além de estrelar Sons of Anarchy – elogiada pela crítica e encerrada em 2014 –, o rapaz se envolveu em dramas (Filhos da Esperança), épicos geeks (Círculo de Fogo) e filmes de terror (A Colina Escarlate). Seu nome explodiu quando foi anunciado como a versão em carne e osso de Christian Grey, mas acabou desistindo da adaptação da cinessérie Cinquenta Tons de Cinza por motivos pessoais.

Ele confessa que os passos na profissão levam em conta a presença dos diretores. Alfonso Cuarón, Guillermo Del Toro e, agora, Guy Ritchie, estão no currículo. “As pessoas podem não saber, mas um ator tem muito pouco a dizer dentro do processo. Temos liberdade para desenvolver os personagens, mas o fazemos em um set completamente controlado pelo diretor e é onde a interpretação toma forma. Depois procuro um roteiro que se mostre interessante e tenha algo a dizer.” Arthur pareceu ter o que falar além de sua lenda.

Elementos místicos atrapalham filme

Assim como ocorreu com figuras como Hércules, Robin Hood e Noé, o mito por trás de contos passados por gerações tenta ser redescoberto e revelado com outra interpretação nas telonas. A bola da vez é Rei Arthur: A Lenda da Espada, pronto para chegar a salas locais esta semana com versões convencionais e em 3D. 

Como não poderia ser diferente, a visão sobre o monarca que teve o poder de tirar Excalibur de uma pedra para se tornar monarca britânico busca referências pouco conhecidas e tenta – na medida do possível – ser mais realista, principalmente ao humanizar o personagem principal. O que se vê é um Arhur (Charlie Hunnam) badboy, crescendo nas ruas e aprendendo a se virar para sobreviver. Entre convívio com prostitutas e esquemas financeiros no vilarejo onde vive, deseja apenas levar a vida sem chamar a atenção. Ele chegar ao trono é mais uma assinatura do destino, sendo que o rapaz é o descendente direto do rei Uther Pendragon (participação de Eric Bana), cuja importância é mostrada nos minutos iniciais.

Talvez a grande estrela do longa-metragem seja mesmo o diretor Guy Ritchie (responsável por obras como Snatch: Porcos e Diamantes e os dois Sherlock Holmes com Robert Downey Jr.). O estilo urbano, a edição característica e os momentos com diálogos dinâmicos estão na tela e confirmam sua assinatura. Mas a presença de elementos místicos não faz bem para o cineasta. Não que os efeitos visuais sejam ruins e prejudiquem as cenas, mas a magia que envolve a espada da família do protagonista se perde no meio da narrativa e deixa o andar da história confuso e desinteressante.

Ritchie monta sua versão de Rei Arthur com estética de videogame, com espaço para vilão final digno de um personagem da franquia Diablo. O problema é que o controle está nas mãos de um gamer pouco experiente nesse tipo de jogo. A próxima fase da ‘cinessérie’ pode não acontecer.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;