A exibição de tramas produzidas pela NBP é apenas o primeiro passo da parceria firmada com a Band. Num futuro próximo, as duas planejam co-produzir novelas, seriados e minisséries para o mercado brasileiro. A última vez que a Band exibiu novelas foi em 1998, com Serras Azuis, de Ana Maria Moretzsohn. Enquanto não retoma o núcleo de teledramaturgia, a Band reinaugura, em março, um segundo horário de novelas, com Morangos com Açúcar, voltada para o público adolescente. A parceria com a NBP começou ano passado quando a Band julgou indispensável exibir novelas para cativar o público feminino, a mais nova prioridade do canal. “As tramas portuguesas têm ótima qualidade técnica e artística. Na verdade, elas não negam a forte influência da brasileira”, diz Tavares.
Fundada em 1992 pelos atores Nicolau Breyner e Antônio Parente, que veio ao Brasil na última semana para divulgar as produções, a NBP surgiu mesmo sob forte influência brasileira. Na época, Antônio Parente pediu ao amigo Jô Soares que indicasse o nome de um diretor brasileiro que ele pudesse levar para Portugal. O escolhido foi Régis Cardoso, diretor de Estúpido Cupido, O Bem-Amado e Anjo Mau. “Ajudei a implantar o know-how brasileiro na teledramaturgia portuguesa. Quando cheguei lá, eles não tinham nem estúdio, nem equipamento. Quando vim embora, o senhor Antônio Parente me considerou responsável pela formação daquela empresa”, diz Régis Cardoso, que não dirige novelas no Brasil desde Tocaia Grande, de 1995, na extinta Manchete.
Nos três anos em que ficou em Portugal, Régis dirigiu Cinzas, Verão Quente e Na Paz dos Anjos. “Os atores portugueses têm um nível artístico altíssimo. Muitos deles, como o Joaquim de Andrade, já fizeram cinema até em Hollywood”, lembra, numa alusão ao ator que protagonizou o Xangô de Baker Street, rodado no Brasil. Régis notava um certo puritanismo nas primeiras produções da NBP. “As tramas portuguesas são menos folhetinescas e mais educativas que as nossas”, afirma.
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