Política Titulo São Bernardo
PSDB com os pés no
chão e chapa própria

Legenda tem de encabeçar a chapa majoritária que concorrerá
ao pleito de 2012, diminuindo as chances de parceria com PPS

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
17/05/2011 | 07:16
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Com os pés no chão e ciente das dificuldades para obter êxito na eleição do ano que vem, o PSDB de São Bernardo definiu ontem que o deputado federal William Dib é o interlocutor para tratar alianças com outros partidos. Além disso, deliberou que a legenda tem de encabeçar a chapa majoritária que concorrerá ao pleito, o que diminui as chances de parceria com o PPS, que seria o principal coligado na disputa.

As definições da primeira reunião do diretório tucano recém-eleito, presidido agora pelo vereador Admir Ferro, foram quase todas consensuais. A única ressalva, um pouco mais discutida, foi a questão da candidatura própria. Dib defendeu abertura para, caso necessário, indicar o vice. Mas, foi vencido pela disposição do deputado estadual Orlando Morando, que teve apoio dos vereadores Hiroyuki Minami e Juarez Tudo Azul, além de Ferro.

Assim, o PPS fica mais distante porque o deputado estadual Alex Manente, com bom desempenho eleitoral em 2010, descartou possibilidade de ser vice em 2012. Ou encabeça a chapa ou indica nome popular-socialista para a função, o que na prática enfraquece a coligação.

"Diálogo é sempre bom, desde que possamos encabeçar chapa. Os partidos conversam conosco e com os adversários. Não temos clareza se é nosso aliado ou não. Dessa forma, corremos o risco de ficarmos sozinhos na última hora", discorreu Orlando.

"Existe resolução da executiva estadual para que, nas cidades com mais de 200 mil eleitores, que é o caso de São Bernardo, o PSDB lance candidato próprio. Isso vai ser discutido novamente, mas, pelo que conheço do partido, não mudará", explicou Admir Ferro.

Dib fez discurso pé no chão ao expor sua posição. "Sei da resolução do partido. Foi assim também na minha eleição (em 2004) pelo PSB. O PSDB pôs o vice. Então, não é bem assim, não é regra obrigatória", argumentou o parlamentar, que não teve adesão em sua defesa.

Ao defender o diálogo com outras siglas e a possibilidade de apresentar um vice, ressaltou que a coalizão contrária à reeleição do prefeito Luiz Marinho (PT) em 2012 terá "três, quatro ou cinco partidos, não mais do que isso".

Em 2008 foram 14 siglas aliadas na chapa tucana derrotada. "Somos menores do que já formos, infelizmente é a verdade. Temos quadros, tem como fazer (boa campanha), mas é preciso ter a grandeza de olhar a realidade. Unir forças sem vaidades", reiterou Dib. "Não podemos menosprezar o adversário, mas não podemos achar que ele é imbatível", completou.

O nome tucano para concorrer ao pleito não foi discutido na reunião do diretório, que volta a se encontrar dia 20 de junho.

 

Sigla tem dívida de R$ 22 mil e pede R$ 10 de cada militante

Não bastasse a dificuldade de obter apoio dos partidos para o pleito do ano que vem - "sabemos que existem as legendas de aluguel", analisou Admir Ferro -, o PSDB de São Bernardo passa por delicada situação econômica.

Segundo o presidente do diretório, que não detalhou a planilha financeira, são R$ 22 mil de dívidas. "Alguns não têm contribuído com o partido. Vamos aplicar o estatuto (que prevê repasses de políticos com mandato e filiados)", avisou Ferro.

Para tentar sanar as contas, foram definidas duas ações: a primeira, a realização de um jantar para levantar fundos; e a outra, contribuição dos militantes no valor de R$ 10 mensais. "É um valor irrisório, mas se todos contribuírem vai ajudar", frisou o mandatário municipal.

 

SECRETARIAS

A volta dos trabalhos de secretarias temáticas do partido também foi debatida na reunião. "Tínhamos um grupo de mulheres em São Bernardo que era referência no Estado. Deixamos de estar em atividade", afirmou Ferro.

Além do grupo feminino, a intenção é reativar núcleos de juventude, afrodescendentes, sindical, dentre outros. "O objetivo é manter a legenda com vida não só em época de eleição", salientou o tucano.




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