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Juros sobem pela terceira vez no ano

Aumento ocorre devido às medidas de aperto monetário do governo para conter a inflação

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
11/05/2011 | 07:29
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As medidas adotadas pelo Banco Central para conter a inflação estão surtindo efeito, ao menos no custo do crédito. Pela segunda vez consecutiva e terceira no ano, a taxa média de juros ao consumidor subiu.

Em abril, o avanço foi de 0,03 ponto percentual, movimento que deixou a taxa média em 6,81% ao mês, contra 6,78% registrados em março.

De acordo com a pesquisa de juros da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), esse resultado em alíquota anual ficou em 120,47%, ante 119,72% registrado em março.

Na ponta do lápis, um empréstimo ou financiamento de R$ 1.500, em 12 parcelas fixas, custaria R$ 2.243. Portanto, R$ 743,40 corresponderia aos juros, ou seja, o custo do crédito. "Aí está o problema. São quase 50% a mais do valor contratado", criticou o coordenador das pesquisas de juros da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira.

Ele destacou que as medidas tomadas pelo governo ainda são recentes, e a tendência é de que os impactos ao consumidor persistam por mais tempo. "Acabamos de ter o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) elevado de 1,5% para 3%. E também tivemos altas da Selic (hoje em 12%). Ainda é cedo para saber o efeito real."

LINHAS - Três modalidades de crédito impulsionaram a elevação da taxa média de juros. Os parcelamentos oferecidos pelo comércio passaram de 5,64% ao mês para 5,68%. Quem prefere emprestar dinheiro dos bancos também terá nova taxa. O custo desse crédito passou de 4,68% ao mês para 4,70%.

Quem estourar o limite da conta e entrar no cheque especial terá que pagar, em média, 0,01 ponto percentual a mais. Esse produto, considerado como salvação para alguns e fatal para quem não consegue pagá-lo, está com juros médios de 7,97% ao mês.

RECUO - Enquanto o empréstimo pessoal encareceu, os bancos mantiveram os juros de uma das modalidades mais baratas do mercado financeiro para as famílias. O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) teve a taxa de 2,39% ao mês mantida.

O baixo custo desse empréstimo ocorre porque geralmente é de menor valor e de curto ou médio prazo. É comum que as instituições financeiras ofereçam a linha para aquisição de veículos ou bens de consumo, como eletrodomésticos.

ALTO CUSTO - A pesquisa da Anefac revelou que as duas taxas mais caras do mercado, do cartão de crédito e do empréstimo pessoal de financeira, apresentaram resultados positivos. O plástico teve os juros médios mantidos em 10,69% ao mês. E o dinheiro das financeiras teve o custo reduzido de 9,52% ao mês para 9,44%.

 




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