Cada dia que passa crescem as chances de o vereador de Rio Grande da Serra Cleson Alves de Sousa trocar o PT pelo PV. O assédio dos verdes ao parlamentar aumentou nas últimas semanas e o convite da executiva municipal já foi feito.

"Já o convidei formalmente.Ele é um bom quadro e um vereador muito articulado", afirmou o presidente do PV na cidade, José Carlos dos Anjos. Quem está articulando a vinda de Cleson é o vereador Edvaldo Guerra (PV).

Algumas semanas atrás, o secretário de Obras e pré-candidato ao Paço pelo grupo governista, Gabriel Maranhão (PSDB), e Guerra estiveram no Legislativo para conversar com o petista. "Eles realmente me chamaram para integrar o grupo deles. Estou analisando a proposta. Cabe a mim saber o que é bom", declarou o vereador. A resposta deverá sair em setembro - janela para trocas.

Cleson deixou claro que irá migrar para o partido que lhe conceda mais condições de reeleição em 2012. "Não posso ser hipócrita e falar que minha eleição está ganha. Na verdade, preciso ver onde tenho mais chance", justificou.

O petista trata a eleição do ano que vem como divisora de águas. "Dependendo de 2012, minha vida política pode acabar. Tenho 34 anos e uma carreira profissional inteira pela frente", declarou. Antes de se tornar parlamentar - há sete anos - Cleson trabalhava como contador e analista de sistema.

O vereador disse que está sem espaço dentro do PT. "Eles não precisam de mim. Até agora, tudo foi decidido por eles. Nunca pensaram em mim", atacou. O clima no partido para ele ficou pior após o vereador Claúdio Manoel Melo, o Claudinho da Geladeira (PT) se lançar a prefeito e bater de frente com Carlos Augusto César, o Cafu, pleiteante de 2008 e amigo de Cleson.

Fracasso do bloco oposicionista causou insatisfação com PT

A insatisfação do vereador de Rio Grande da Serra Cleson Alves de Sousa com seu partido começou no fim do ano passado. O parlamentar encabeçava a criação de um bloco de oposição com diversas legendas, entre elas PT, PTB (da vice-prefeita Helenice Arruda) e PV - que na época estava brigado com o prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB). "O bloco foi fechado. O PT não quis e vedou todas as nossas possibilidades", disse.

A intenção era conquistar a presidência da Câmara, isolar os quatro vereadores do PSDB e, dessa forma, complicar a vida do chefe do Executivo, principalmente na aprovação de projetos. O grupo se articulava com intuito de vencer as eleições do ano que vem e quebrar a hegemonia tucana no município.

De acordo com o vereador, neste momento ele desistiu de alçar voos mais altos pelo PT. "Quando o grupo acabou, achei que não valeria mais a pena tentar ser candidato a prefeito e tentar alguma coisa", contou. Após o fracasso, o parlamentar começou a se distanciar da executiva municipal do PT.