Economia Titulo Competitividade
Indústria de autopeças entrega reivindicações
Leone Farias
Diário do Grande ABC
05/05/2011 | 07:10
Compartilhar notícia


Representantes da indústria de autopeças entregaram ontem ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, documento intitulado Medidas Emergenciais, conjunto de propostas para impulsionar a competitividade do setor no País.

Entre as reivindicações estão a desoneração da folha de pagamento, financiamento de longo prazo para o segmento, normas do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia) para garantir a qualidade dos itens importados, revisão da classificação da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) - para evitar irregularidades na importação - e a criação de fundo garantidor, para que as pequenas empresas consigam ter garantia em financiamentos bancários.

Uma das preocupações das fabricantes é dificuldade para concorrer em pé de igualdade, tanto no Brasil quanto no Exterior, com produtos de outros países. A indústria tem sofrido com a invasão de itens importados, especialmente asiáticos.

Com isso, a balança comercial do setor, a cada ano, se torna mais deficitária. No primeiro trimestre alcançou US$ 1,14 bilhão, de acordo com dados mais recentes do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores).

Esse valor é resultado da diferença entre US$ 2,4 bilhões de exportações de produtos nacionais e US$ 3,54 bilhões de importações desses itens de janeiro a março deste ano.

Nos três primeiros meses do ano passado, o saldo comercial do setor estava negativo em US$ 1,03 bilhão e, no fim do ano, alcançou US$ 3,5 bilhões. A projeção do Sindipeças para o fechamento de 2011 é de deficit de US$ 4,5 bilhões.

Os dados da entidade mostram ainda a crescente invasão de produtos chineses. De janeiro a março, as compras de itens daquele país cresceram 59,6% no trimestre frente a igual período de 2010. A China hoje já está em quinto no ranking das principais origens das importações de autopeças pelo Brasil.

A invasão chinesa ainda não atinge todo o mercado. O gerente de engenharia da Metalúrgica Agathon, Thomas Fernando, afirma que a empresa, que produz elementos de fixação (como arruelas) para sistemistas, não sofre concorrência direta do país asiático. No entanto, ele cita que há impacto indireto, já que cresce a importação de sistemas já montados. "Atrapalha nosso clientes, que fazem os conjuntos", assinala.

Por sua vez, a fabricante de autopeças Dura Automotive, que cria diversos sistemas (câmbio, alavanca de marcha, cabos de acelerador e de freio, trava de porta e de capô etc), observa que há perda de espaço no País e no Exterior.

O responsável por comércio exterior da companhia, Joaquim Marques Trovão, cita que praticamente foram interrompidas as encomendas ao mercado internacional. Além da competição desigual com os chineses, que têm moeda subvalorizada e subsídios do governo, ele afirma que há perda de rentabilidade nas vendas a outros países, por causa do câmbio (o real valorizado frente ao dólar).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;