Economia Titulo Salário mínimo
Discussão entre governo e centrais sindicais não avança
Tauana Marin
05/02/2011 | 07:47
Compartilhar notícia


A segunda rodada de negociações entre governo federal e as seis principais centrais sindicais, realizada ontem em São Paulo, não trouxe avanços quanto às reivindicações propostas desde janeiro; aumento do salário-mínimo para R$ 580, correção da tabela do IR (Imposto de Renda) em 6,47% e aumento no piso dos aposentados.

Estiveram presentes nas articulações os ministros Guido Mantega (Fazenda), Carlos Lupi (Trabalho e Emprego) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência). Do outro lado, participaram lideranças da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores) e NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores).

O presidente da UGT, Ricardo Patah, avalia que a reunião com integrantes do governo foi "muito ruim", pois não apresentaram nenhuma proposta diferente do que já vinha sendo divulgado. "Ficamos decepcionados. Foram três horas de discussão para nada. Eles (ministros) insistem no aumento do salário-mínimo para R$ 545. Não vamos admitir isso, reivindicamos mínimo de R$ 580."

Sem acordos, as centrais irão manter as manifestações nas fábricas e demais mobilizações no País. Três dos seis sindicatos já recorreram à Justiça pelos pedidos.

No início da semana, está previsto novo encontro com os presidentes das centrais para avaliar os próximos passos. "É preciso deixar claro que não queremos fechar as portas para debates com o governo, pelo contrário", diz Patah.

Quanto à correção da tabela do IR, as negociações avançaram, mesmo que pouco. A proposta do atual governo seguiu em consonância com a política adotada pelo antigo, em que a tabela sofria correções anuais de 4,5%, desde 2007. Os sindicatos pleiteiam 6,47%. "Mesmo com pequeno avanço, não aceitamos essa proposta, não temos como deixar que o salário do trabalhador seja de certa forma perdido com o pagamento de mais impostos", resume Patah.

O presidente da CGTB, Antônio Neto, endossou o discurso da UGT. No entanto, afirma que concordaria pelo menos na manutenção das correções que têm sido feitas. Mas neste ano a tabela não foi corrigida devido à transição de governo. "O que emperra é que o Mantega diz que não pode falar na correção sem saber o valor final do mínimo, por conta do impacto que isso irá acarretar nas contas", reitera. O sindicalista diz que, por conta de os pedidos estarem atrelados, o governo avalia os pedidos "amarrando o conjunto da obra".

Neto afirma ainda que haverá nova reunião dos ministros com a presidente Dilma Rousseff para avaliar as possibilidades. Dilma tem sido taxativa quanto a não subir o valor do vencimento acima de R$ 545. Apesar disso, o representante da CGTB está otimista sobre avanços. "Estamos muito próximos de um acordo; distante dos números que pedimos, mas querermos pelo menos manter a política de valorização do mínimo igual o Lula fez em 2006, com o aumento real do salário-mínimo", explica.

com Vinicius Gorczeski/Especial para o Diário

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;