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Coreia do Sul: porta do diálogo continua aberta
Da AFP
03/01/2011 | 11:42
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A porta para o diálogo das duas Coreias continua aberta e Seul está disposta a reforçar a cooperação econômica se Pyongyang demonstrar sinceridade na retomada das relações bilaterais e abandonar as ambições nucleares, declarou nesta segunda-feira o presidente sul-coreano, Lee Myung-Bak.

As relações já tensas entre ambos Estados sofreram um grave revés quando, em novembro, o Norte comunista atacou uma ilha sul-coreana, matando dois militares e dois civis.

No entanto, em seu discurso à Nação por ocasião do Ano Novo, Lee expressou sua esperança de que as relações melhorem.

"Se o Norte mostrar sinceridade, temos a vontade e o projeto de fortalecer drasticamente a cooperação econômica, junto com a comunidade internacional", declarou.

Lee pediu ainda a seu vizinho que abandone as aventuras militares, dizendo que qualquer ameaça contra "um palmo de nosso território receberá respostas fortes e severas".

Desde o ataque norte-coreano de novembro do ano pasado, Seul tem realizado uma série de exercícios militares, incluindo manobras com munição real em 20 de dezembro na ilja, mas Pyongyang não concretizou as ameaças de um novo e mortal ataque.

Apesar do aumento das tensões, Lee manifestou a esperança de um aprofundamento das relações.

"O Norte precisa perceber que nada pode ser conseguido através de aventuras... Armas nucleares e aventura militar precisam ser descartadas", acrescentou.

O bombardeio norte-coreano contra a ilha Yeonpyeong, o primeiro ataque a uma área civil desde a Guerra da Coreia (1950-53), intensificou drasticamente as tensões transfronteiriças e desatou uma crise regional.

A série de exercícios de Seul, inclusive um realizado em conjunto com os Estados Unidos no Mar Amarelo, desatou a resposta furiosa de Pyongyang.

Os líderes mundiais foram rápidos em condenar o ataque de 23 de novembro, e muitos pediram à China que controlasse seu aliado rebelde, algo que Pequim não parece disposto a fazer.

Ao invés disso, a China propôs reunir os enviados dos seis países envolvidos nas negociações de desarmamento nuclear norte-coreano para acalmar a tensão.

Mas Seul, Washington e Tóquio deram uma resposta morna, afirmando que Pyongyang primeiro precisa demonstrar sinceridade nas intenções de desnuclearização e de reparar os laços com Seul.

Os comentários do presidente Lee nesta segunda-feira ocorreram apenas dois dias depois que Pyongyang pediu para melhorar as relações bilaterais em 2011.

Em um editorial de Ano Novo conjunto da imprensa estatal, este sábado, Pyongyang disse que o recente confronto "deve ser dirimido o quanto antes", reforçando que o diálogo e a cooperação "devem ser promovidos proativamente".

"Este ano devemos lançar uma campanha mais determinada a implementar as relações intercoreanas", destacou o editorial.

Pyongyang abandonou as conversas nucleares entre as duas Coreias, os Estados Unidos, Rússia, China e Japão em abril de 2009 e determinou a saída do país dos inspetores nucleares das Nações Unidas.

Um mês depois, a Coreia do Norte realizou um segundo teste nuclear.

O país teria acenado com concessões nucleares ao político americano Bill Richardson em uma visita, no mês passado, mas Seul e Washington expressaram ceticismo sobre a proposta norte-coreana.

 




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