Os vestígios de uma intensa nevasca ao longo do nordeste dos Estados Unidos prejudicaram os planos de milhões de viajantes nesta segunda-feira, com o fechamento dos aeroportos de Nova York e tráfego comprometido em estradas e ferrovias.
A tempestade de neve, que começou no domingo logo cedo, cobrindo de branco a região com 30 a 60 centímetros de neve, perdeu intensidade na tarde desta segunda-feira, quando finalmente o céu azul voltou a aparecer, mas deixou estradas desertas, carros encalhados e um sistema de transporte público com funcionamento comprometido.
O Serviço de Meteorologia Nacional informou que a tempestade deve se afastar para o norte e seguir rumo ao Canadá. As primeiras rajadas atingiram o país vizinho esta manhã, com a mesma intensidade que castigou o nordeste americano.
Embora a tempestade tenha se afastado, os principais aeroportos nova-iorquinos permaneceram paralisados nesta que é a época mais movimentada do ano.
Cerca de 2.000 voos foram cancelados por causa da neve, aumentando o sofrimento de passageiros de voos transatlânticos e internacionais, já castigados com interrupções de viagens por causa da neve na Europa.
Com a região de Nova York especialmente afetada pela nevasca, os aeroportos internacionais John F. Kennedy e La Guardia, bem como o de Newark, em Nova Jersey, permaneceram fechados durante a tempestade.
A Administração Federal de Aviação americana remarcou a reabertura dos aeroportos de JFK e Newark, prevista das 16h locais (19h de Brasília) para as 18h (20h de Brasília).
Outros aeroportos da região, inclusive o de Boston, estavam abertos, com atrasos na Filadélfia.
A rede ferroviária Amtrak anunciou que está retomando pouco a pouco a linha entre Nova York e Boston depois que as condições climáticas interromperam por 13 horas o tráfego dos trens ao longo deste corredor intensamente utilizado.
"Devido aos efeitos residuais da tempestade, os passageiros ainda devem esperar atrasos nas viagens ao longo do dia e chegar com antecedência às suas respectivas estações", anunciou a Amtrak em um comunicado.
Na região de Nova York, a linha entre a cidade e Long Island, uma das mais usadas, ficou paralisada, assim como grandes trechos do metrô da cidade, devido ao gelo e à neve.
Os serviços municipais receberam duras críticas, pois os veículos para retirar neve e os caminhões que espalham sal para ajudar a derreter o gelo acumulado fizeram poucos progressos para limpar as ruas.
Como consequência, idosos caminhavam com dificuldade pelas calçadas, onde os proprietários de negócios locais limpavam os acessos acumulando a neve coletada em pilhas, usadas pelas crianças como área de lazer.
Em Manhattan, as ruas ficaram desertas, com exceção de alguns pedestres ocasionais, que lutavam para manter o passo, e um ou outro veículo que cruzava as ruas cobertas de neve a velocidade baixa.
"Nossas equipes sanitárias trabalharam toda a noite, mas as condições rodoviárias são ruins e há interrupções dos serviços e atrasos no sistema de transporte público. Para manter as estradas livres para os veículos tira neve e equipes de emergência, peço aos nova-iorquinos que evitem dirigir", disse o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg.
O prefeito também pediu aos moradores da cidade que só chamem os serviços de emergência em casos de situações de real "ameaça à vida", ao anunciar que as ligações para o 911, o número do serviço de emergência nos Estados Unidos, dobraram.
Em seis estados - Delaware, Maryland, Massachusetts, Carolina do Norte, Rhode Island e Virgínia - os governadores convocaram no total 430 homens da Guarda Nacional para ajudar a devolver a vida ao normal.
Quase 60 mil moradores de Massachusetts ficaram sem luz na noite de domingo, depois que a tempestade varreu o estado do nordeste do país, noticiou o jornal The Boston Globe. O governador Deval Patrick declarou estado de emergência.
Os moradores do sul foram surpreendidos com neve leve a moderada nas comunidades de Alabama, Mississippi e Carolina do Norte, enquanto Atlanta, na Geórgia, viveu seu primeiro Natal branco em 128 anos.
Autoridades do leste do Canadá anunciaram que a nevasca já estava provocando acúmulo de neve e causando o cancelamento de voos em Fredericton e Moncton (New Brunswick, leste). Cerca de 40.000 residências ficaram sem luz.
Segundo o serviço meteorológico canadense, "ventos com rajadas de 90 km/h causarão nevascas generalizadas, reduzindo a visibilidade a perto de zero nestas regiões", com algumas áreas podendo sofrer com ventos de até 150 km/h.
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