Nacional Titulo Retrospectiva Nacional
Rio de Janeiro reage ao
tráfico e ocupa morros

Em uma operação policial sem precedentes, governo carioca
invadiu os dois principais redutos da criminalidade na cidade

26/12/2010 | 07:00
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Após uma série de ataques de criminosos no Rio de Janeiro, com veículos sendo queimados em diferentes pontos da capital numa reação à implantação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) nos morros cariocas, o governo contra-atacou e, em uma operação policial sem precedentes, invadiu os dois principais redutos da criminalidade na cidade, a favela da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, e o Complexo do Alemão. Os dois pontos eram considerados os principais refúgios de traficantes da facção criminosa CV (Comando Vermelho). A força-tarefa contou com homens das polícias Militar, Civil e Federal, da Marinha e do Exército.

A operação na Vila Cruzeiro, realizada no dia 25 de novembro, contou com 120 homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais), 70 fuzileiros navais, 200 policiais civis e 40 homens do 16º Batalhão da PM, além de policiais do Batalhão de Choque e outras duas unidades. No total, foram cerca de 600 homens. Os traficantes tinham se instalado na favela após a inauguração das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) nos morros das zonas sul e norte do Rio. Incapazes de conter a invasão policial, traficantes fortemente armados fugiram - de carro, de moto e a maioria a pé - para o vizinho Complexo do Alemão, onde o CV mantinha o seu maior reduto. O êxodo foi transmitido ao vivo pela TV Globo e as imagens percorreram o mundo.

Após ocupar a Vila Cruzeiro, a força-tarefa partiu, então, para o morro vizinho. No dia 28, ma semana após o primeiro ataque da semana de terror no Rio, 2,7 mil homens das polícias Civil, Militar e Federal e das Forças Armadas invadiram e ocuparam o Complexo do Alemão. A maioria dos cerca de 500 traficantes que a polícia calculava estarem no complexo fugiu ou se escondeu nas casas de moradores.

A invasão foi extremamente rápida. Em apenas uma hora e 40 minutos de ataque, o domínio da área central do complexo estava consolidado, embora ainda houvesse resistência em pontos de difícil acesso. Em seguida, a polícia iniciou a varredura, de casa em casa - seriam 30 mil no local.

No dia 29, o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), anunciou que as Forças Armadas continuariam, até julho de 2011, a apoiar as operações de retomada de territórios dominados pelo tráfico no Estado. "As nossas polícias, Civil e Militar, continuarão trabalhando articuladas com as Forças Armadas e a Polícia Federal para que possamos reconquistar mais territórios " Esse prazo de oito meses é necessário, segundo Cabral, para a implantação de UPPs tanto na Vila Cruzeiro quanto no Complexo do Alemão.




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