Economia Titulo Postos de trabalho
Fábricas da região geram 10,2 mil vagas

Esses são os empregos criados por indústrias filiadas ao Ciesp neste ano até novembro

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
15/12/2010 | 07:31
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As indústrias associadas ao Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) no Grande ABC geraram 10,2 mil vagas neste ano até novembro. É o que indica pesquisa da entidade divulgada ontem.

Segundo especialistas, a retomada das vendas de veículos, que impulsionou a produção das montadoras e acelerou encomendas em outros elos dessa cadeia produtiva, colaborou para a expansão no volume de empregos nos sete municípios.

Todas as diretorias do Ciesp da região registraram ampliação no saldo de postos de trabalho nos 11 primeiros meses deste ano em relação a dezembro de 2009.

Por essa comparação, o destaque foi São Bernardo, cidade que reúne fábricas de cinco montadoras (Ford, Volkswagen, Mercedes-Benz, Scania e Toyota) e que criou 4.950 empregos, de acordo com o levantamento da entidade.

Na sequência, aparece Diadema, em que as associadas do centro das indústrias geraram 3.850 vagas no período. Para o diretor titular da regional, José Gascon Fernandes, as contratações refletem a conjuntura econômica favorável. "Foi um ano extremamente positivo tanto nos segmentos metalmecânico, plástico e químico. O crescimento da indústria de transformação puxou esses empregos", afirmou.

Em São Caetano, onde está localizada a sede da General Motors do Brasil, foram criadas 1.350 vagas. Por último, a regional de Santo André (que reúne empresas desse município e também de Mauá, Ribeirão Pires e São Caetano) registrou 50 postos de trabalho gerados no ano até novembro.

NO MÊS - Em novembro, o saldo de empregos também ficou positivo na região. Foram 150 postos a mais em relação ao contingente total das empresas filiadas em outubro.

Poderia ser mais se não fosse a variação negativa na base da diretoria do Ciesp de Santo André, que observou a eliminação de 550 empregos.

Segundo o diretor titular do Ciesp nesse município, Shotoku Yamamoto, o forte movimento de importação contribui para o fechamento de vagas, embora novembro e dezembro sejam meses em que normalmente há diminuição de postos na indústria.

Neste ano, até novembro, a importação no Grande ABC (em valores) cresceu 42% na comparação com igual período de 2009. "A produção industrial parou de crescer, por conta da invasão de produtos importados, embora a demanda continue em alta", citou Yamamoto.

SÃO PAULO - Em todo o Estado de São Paulo, houve o fechamento de 21 mil postos de trabalho nas indústrias em novembro, de acordo com pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

O estudo aponta que boa parte dos cortes (14 mil) se deveu a dispensas no ramo sucroalcooleiro, por causa da entressafra, mas o restante da indústria também demitiu (-6.630 vagas)

No entanto, o gerente do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, Paulo Teixeira, cita que é normal o fechamento de postos no período.

No ano até novembro, as fabricantes paulistas têm saldo líquido de 174,5 mil vagas abertas e a estimativa da entidade é que 2010 fechará com 110 mil postos de trabalho adicionais - ou seja, neste mês, deverá haver o corte de 64 mil empregos. Isso significará expansão de 4,5% no índice de emprego da indústria neste ano. Para 2011, a meta é que o indicador cresça 3,5%.

REAÇÃO LENTA - A Fiesp esperava inicialmente retomada mais rápida do nível do emprego, depois da crise de crédito global, que gerou eliminação de vagas no setor industrial ao longo de 2009. A previsão era de que seria possível alcançar o nível pré-crise no primeiro trimestre de 2011. Entretanto, Teixeira afirma que agora a expectativa é que só deverá ocorrer no fim do ano que vem.

Esse movimento mais lento de contratações, explica o gerente, reflete dois fatores: aumento de produtividade durante o período de retração na demanda, que faz as empresas se ajustarem para produzir mais com menos empregados; e a concorrência dos produtos importados.




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