Mesmo evitando falar do assunto antes da votação do orçamento de 2011, os vereadores de São Caetano não escondem que, apesar de grande parte dos parlamentares também pleitear o cargo, o nome mais provável para vencer a eleição ao posto máximo da mesa diretora ao biênio 2011-2012 é o do já presidente Gérsio Sartori (PTB). Porém, esse panorama pode mudar dependendo de interferência direta, de última hora, do prefeito José Auricchio Júnior (PTB).

Dois motivos respaldam Sartori a levar vantagem sobre os demais candidatos: a aprovação tranquila de projetos considerados polêmicos do Paço, como a concessão do DAE (Departamento de Água e Esgoto) e a reintegração de posse de áreas esportivas e, principalmente, o fato de declarar publicamente que não pretende concorrer à cadeira de chefe do Executivo em 2012.

Apesar do favoritismo, a maioria dos pleiteantes ainda mantém o quadro à disposição dos colegas, o que forma um cenário nebuloso à frente da Mesa, que certamente irá fortificar o eleito, independente da intenção para as próximas eleições.

O petebista acredita que a articulação sem almejar o Paço ajuda, só que não será fator preponderante na decisão. "Todos sabem que não sou candidato a prefeito, só que a sucessão da Câmara irá ocorrer de modo natural, como sempre. Estou fazendo o trabalho político. A questão será debatida de forma mais acentuada a partir do dia 5. Vou acatar a definição da maioria", explicou.

Vale lembrar que a mesa diretora eleita em 15 de dezembro definirá a formatação de cadeiras que farão parte da próxima legislatura, que poderá variar de 12 e 19. O atual presidente se colocou a favor da cota intermediária de 15 vereadores com a justificativa de que a estrutura da Casa não suportaria 19 gabinetes, necessitando de nova reforma no prédio, e de que representaria o número de bairros da cidade.

A briga pela preferência terá ainda outros petebistas, como o atual vice-presidente Paulo Pinheiro e o líder do governo, Paulo Bottura (PTB). "Praticamente todos os vereadores têm o desejo de ser o presidente. Já fui por dois biênios, mas meu objetivo é lá na frente, quero ser prefeito. Esse tema será ainda bastante discutido nos corredores", avaliou Bottura.

Para evitar polêmicas, Sartori preferiu se manter alheio às disputas internas. "Aceitarei a vontade dos demais colegas de Casa. Quero ajudar o prefeito da melhor maneira possível. Não digo que está predestinado a isso acontecer, deixo essa questão nas mãos dos vereadores para formarmos um consenso."

Além dos petebistas, parlamentares das demais siglas da base de sustentação ainda acreditam que há possibilidade de reverter o quadro favorável à Sartori.