O chefe de Gabinete da Prefeitura de Diadema e ex-prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira (PSDB), descartou a saída da vice-prefeita, Silvana Guarnieri (PTB), da Secretaria de Assistência Social e Cidadania, mas o núcleo duro do governo já prepara o discurso que será utilizado para convencer a petebista a deixar o comando da Pasta.

Homem de confiança do prefeito Lauro Michels (PV), Kiko afirmou que o processo de construção da base aliada não passa necessariamente pela saída de políticos com menor apelo eleitoral que estiveram no arco de alianças do verde durante a campanha.

"Em hipótese alguma (pensamos na troca no primeiro escalão). O Lauro se dá bem com a vice. São boatos e quando vão para imprensa acabam atingindo proporções maiores do que na realidade", afirmou Kiko, garantindo que Lauro conversou com Silvana sobre o caso.

Apesar do discurso conciliador do principal articulador político do Paço, a alta cúpula do governo já lista os motivos que serão colocados para Silvana ceder a vaga para algum nome do PR, partido com quatro vereadores e que recentemente ingressou no bloco situacionista na Câmara.

O principal deles é justamente a composição da bancada governista na Casa. Lauro conseguiu apenas no mês passado a costura da maioria no Legislativo, cedendo primeiramente 22 cargos ao PR, PDT e PRB - já havia composto com PSB e PMDB. Mas a negociação também envolve abertura de secretarias, ainda indefinidas.

Republicanos nunca esconderam a vontade de chefiar a Pasta de Transportes, hoje sob liderança de David Schmidt. Lauro, no entanto, não deseja tirar Schmidt do departamento e quer oferecer ao PR a Secretaria de Assistência Social, setor que estava nas mãos do partido durante a gestão do ex-prefeito Mário Reali (PT).

Outro argumento que será levado a Silvana é que, exclusivamente exercendo o papel de vice, ela poderá expandir o capital político na cidade. A petebista continuaria próxima a entidades filantrópicas do município, sem necessidade de cuidar de partes burocráticas da Pasta, e também poderia atuar em outras áreas sociais.

Integrantes do alto escalão do governo estimam que as mudanças devem ser efetuadas até setembro, embora Lauro tenha prometido abrir discussão de alteração no secretariado em junho para acolher indicados das siglas aliadas.

CANDIDATURA DE KIKO

Pré-candidato a deputado federal, Kiko disse que sua ida ao PV depende bastante de promoções internas de Lauro na sigla. O atual tucano afirmou esperar que o prefeito de Diadema seja indicado para cargo na executiva estadual da legenda.

"Lauro é o nosso grande líder na região. Para isso acontecer (Kiko se filiar no PV), preciso que ele fique bem situado no partido para saber se terá ouvidos dentro da legenda", estimou.

(Colaborou Bruno Coelho)