Munícipes continuam sem receber o valor devido
por conta de indenizações trabalhistas
Cerca de 300 precatorianos participaram de Audiência Pública na Câmara de Santo André para cobrar agilidade da prefeitura no pagamento dos débitos, ontem. Os presentes aguardavam a presença de um representante do prefeito Aidan Ravin (PTB). Ninguém apareceu e, mais ou menos, 60 pessoas se dirigiram ao prédio do Executivo para conseguir as informações na marra.
A administração deve R$ 824 milhões na soma dos 9.096 precatórios. De acordo com a prefeitura, 2% da receita mensal do município está sendo depositada em contas do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) para o pagamento. "Eles haviam prometido nos entregar a lista encaminhada ao TJ para sabermos qual será a ordem de pagamentos, mas descumpriram o compromisso", afirmou o precatoriano Pedro Farfan.
Segundo a administração, o TJ disponibilizou um programa que atualizaria os dados via internet. Mas o órgão tem enfrentado problemas técnicos com o sistema, o que impossibilitaria o pagamento dos débitos.
O valor depositado é 0,5% acima do previsto pela recente lei federal dos precatórios. O problema é que este depósito não daria conta de quitar o montante total da dívida em 15 anos, como prometido. "Queremos saber como o prefeito Aidan vai pagar a diferença", questionou João Carlos dos Santos.
Todos os participantes da audiência são funcionários públicos aposentados, ou não, credores de precatórios alimentares. A média de idade do público é de 70 anos, de acordo a organização do evento. Eles aguardaram no saguão da Prefeitura durante uma hora em pé até que o assessor especial do prefeito Antonio Maia, os atendesse ali mesmo. "De novo a mesma história?", questionou Maia.
O representante exigiu que Antonio Fagundes, uma das lideranças dos precatorianos, mediasse a conversa. Fagundes, no entanto, se recusou a participar da ação no Executivo. Em mais 15 minutos de espera, quatro aposentados entraram formalmente na prefeitura e dialogaram. "De momento atendeu nossas reivindicações", pontuou Santos. O grupo agora vai organizar um representante formal para que não hajam mais desentendimentos e as informações sejam passadas constantemente pela prefeitura. "De qualquer forma marcamos uma reunião para o mês que vem, quando deve sair a lista do TJ", disse Santos.
CASOS
Um aumento de 25% no salário dos servidores feito em 1989-96, gerou a grande parte dos precatórios. "Foi tentado revogar o aumento, mas não deu tempo e o TJ mandou a prefeitura pagar. Em 97 o valor foi incorporado ao salário, mas a bolha dos anos passados se transformou em precatórios", explica Fagundes. Os credores são representados por uma série de organizações como: Sindicato dos Servidores Públicos e advogados administradores das dívidas.
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