O candidato a presidentepelo PSDB, José Serracomentou ontem em Uberlândia (MG) sobre a atitude adotada pelo papa Bento XVIque condenou o aborto e conclamou os bispos brasileiros a orientarem politicamente os fiéis católicos.

"O papa é um líder espiritual mundial da igreja católica, ele tem o pleno direito de emitir as suas diretrizes e orientações para os católicos do mundo", afirmou o tucano, que disse não ter lido a declaração do pontífice.

O aborto tem sido tema recorrente no segundo turno, depois de a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, ter perdido votos nas camadas mais religiosas dos eleitores por indicação de padres e pastores contrários ao posicionamento do PT, que é favorável ao tema.

Os candidatos trocaram acusações sobre o assunto nos programas eleitorais e debates, o que levou a questionamentos sobre a religião ditar a pauta das eleições.

Para Serra, porém, o papa tem o direito de expressar sua opinião sobre o assunto. "(Ele) Tem plena liberdade de fazê-lo, é um guia espiritual muito importante, e a defesa da vida é algo que merece fazer parte das palavras do papa. Além do queé bom para o mundo ouvir isso: a defesa da vida", disse o tucano.

O ex-governador também reconheceu que a campanha tem sido marcada por boatos e acusações, mas jogou a culpa em sua adversária, sem citá-la nominalmente.

"Sou político ligado à verdade. O outro lado é um lado de profissionais da mentira, mentem o tempo inteiro", atacou Serra, ao lado de outras lideranças do PSDB, como o senador eleito Aécio Neves e o governador reeleito de Minas Gerais, Antonio Anastasia.

O candidato esteve em Minas Gerais ontem para se encontrar com cerca de 2.000 políticosempresários e dirigentes sindicais e aproveitou para enaltecer a região.

"Minas é um Estado que sintetiza o Brasil, é um eixo político e econômico. Para ganhar (a eleição) é preciso ter Minas do lado, para governar o Brasil também", declarou.