Política Titulo Lideranças
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Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
10/10/2010 | 07:28
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O resultado das eleições do dia 3 criam expectativa do surgimento de novas lideranças políticas em Santo André e o ressurgimento de outras. Nominalmente, o PT, apesar de não conseguir eleger o ex-prefeito João Avamileno à Assembleia, sai fortalecido pela votação expressiva dos candidatos a deputados da cidade.

Os campeões de votos no município foram Vanderlei Siraque (eleito para a Câmara com 93,3 mil votos, sendo 66, 5 mil conquistados em seu domicílio eleitoral) e Carlos Grana, que em sua primeira disputa garantiu cadeira na Assembleia, com 126,9 mil sufrágios, (25,1 mil em Santo André).

Curiosamente, os petistas vivem situações opostas. Após amargar derrota histórica para o Paço em 2008 (quando levou a virada do prefeito Aidan Ravin-PTB), Siraque consegue ressurgir no cenário andreense, apesar de seu ingresso em Brasília estar condicionado ao julgamento de candidatos indeferidos na Justiça Eleitoral. Já Grana, conduzido pela luta sindical, arrebatou votação surpreendente.

Pelas vitórias, ambos surgem como as principais opções da legenda para disputar a Prefeitura em 2012. Mas a cúpula petista na cidade trabalha com outros dois nomes. O primeiro é o de Ivete Garcia, derrotada por Siraque nas prévias conturbadas. O segundo é o da secretária executiva do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Miriam Belchior, ex-mulher do prefeito Celso Daniel, morto em 2002.

"Independente do nome que será avalizado, o primeiro passo é a construção de grupo coeso, diferentemente do que ocorreu em 2008", atenta o presidente do PT de Santo André, Luiz Turco. "Temos um bom problema (o elevado número de quadros importantes) e não vejo isso do lado de lá", provoca o vereador petista Tiago Nogueira, em referência ao grupo de Aidan.

O chefe do Executivo se envolveu no processo eleitoral parcialmente. Para a Presidência, por exemplo, ainda não revelou se apoia Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB). Por outro lado, trabalhou pela reeleição dos correligionários Campos Machado (à Assembleia) e Arnaldo Faria de Sá (à Câmara).

O apoio do prefeito aos petebistas, contudo, não reverteu em quantidade expressiva de votos na cidade. Faria de Sá obteve 5.800 votos em Santo André, enquanto que Campos, presidente estadual do partido, angariou 3.100.

BRECHA
Terceiro colocado no pleito de 2008, Raimundo Salles (DEM) pode ter se despedido da política sem nunca ter ocupado cargo público-eletivo. O democrata teve a candidatura para deputado estadual indeferida por se enquadrar na Lei da Ficha Limpa. Se não reverter a situação, ficará inelegível por oito anos.

Assim, abre espaço para a consolidação do PSDB como o terceiro forte grupo para as eleições de 2012. Líder do partido na Câmara, Paulinho Serra surge como provável nome a ser lançado pelo tucanato. Ele foi responsável por colocar Orlando Morando (PSDB-São Bernardo) como o segundo mais votado em Santo André para a Assembleia (18,7 mil votos).

Se os grupos começam a se desenhar, difícil é prever para que lado o eleitor de Santo André penderá. As seções da cidade foram as únicas do Grande ABC a registrarem divisão do eleitorado nas disputas majoritárias: vitórias de Dilma (39,4% dos votos) para a Presidência e do tucano Geraldo Alckmin (45,1%) ao governo do Estado.




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