Nacional Titulo Comportamento
Pesquisa estuda gays em escolas
05/10/2010 | 07:39
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Pesquisa feita com estudantes até 17 anos da rede pública de 11 capitais brasileiras revela que pouquíssimos se declaram gays, uma parcela menor se declara lésbica e nenhum se declara travesti. A não declaração, de acordo com a pesquisa, é resultado do preconceito contra os homossexuais e a falta de preparo dos professores e autoridades na área da educação. "De um modo geral, não existe educação sexual sendo realizada de forma sistemática nas escolas. Quando existe, é pontual para responder alguma dúvida do aluno e os professores não abordam aquestão da diversidade", analisou a doutora em Educação e responsável pela pesquisa Margarita Diaz. "Todo mundo conhece algum LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis e Transexuais), mas nunca ele está dentro da escola", completou ela, que representa a instituição Reprolatina, responsável pela execução da pesquisa.

A explicação das escolas para ausência de travestis, segundo os pesquisadores, é o fato de a pesquisa não ter como alvo instituições de ensino médio. Entretanto, os dados mostram que a "organização da escola, com suas normas e regras, não permitem a presença da travesti nesse ambiente". A constatação é ilustrada pelo depoimento de uma autoridade: "Eu tenho uniforme... maquiagem a gente não permite."

CULPA
Entre os educadores, chamou a atenção a culpabilização dos homossexuais. Um professor disse "não quero ser injusto, mas tem uns (homossexuais) que querem chocar". A questão religiosa também foi citada como causa da falta de uma educação sexual que leve em conta a diversidade.

Coordenador do Programa Rio sem Homofobia, Cláudio Nascimento explica que a pesquisa servirá como base para a elaboração de políticas públicas contra a homofobia em todo o País. "Vamos realizar um seminário para a discussão e planejamento de políticas."

Os relatos divulgados são de autoridades, professores e alunos do município do Rio. Em cada cidade, 134 pessoas de quatro escolas foram entrevistados. Ao todo, foram ouvidas 1406 pessoas nas capitais: Manaus (AM),Porto Velho (RO), Natal (RN), Recife (PE), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS).




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