O poder que a Oi passou a ter depois da incorporação da BrT (Brasil Telecom) - a concessionária é a única com cobertura em 95% do território nacional - é a maior preocupação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), na análise dos efeitos da operação.

O procurador-geral do Conselho, Gilvandro Vasconcelos Coelho de Araújo, disse ser inegável que a fusão resulta em maior sinergia e ganho de escala, que podem ser positivos para o consumidor. Mas ele alerta que é preciso uma análise dos impactos sobre o mercado, sobretudo no atacado, para verificar se não haverá discriminação das concorrentes, já que muitas são dependentes do aluguel de redes da Oi.

"O Cade tem, em relação a esse caso, algumas preocupações. Primeiro, do ponto de vista de convergência tecnológica, que é nítida. A Oi/BrT vai compor, dentro dessa transformação, uma integração, pois o grupo tem cabo, concessão e vai ter também toda a infraestrutura para dar acesso à banda larga", ressaltou Araújo.

Ele destaca que é preciso uma análise detalhada de mercado que observe essa convergência. "Existe outra preocupação mais nítida, que é a integração vertical entre mercados regulados - telefonia móvel, fixa e a banda larga - e os não regulados, que são os provedores", reforçou.