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Desemprego volta a cair no Grande ABC em agosto

Em números, a região possui hoje cerca de 160 mil desempregados, contra 185 mil no mesmo período de 2009

Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
30/09/2010 | 07:08
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A crise definitivamente ficou para trás. Amparada no bom desempenho da indústria, que retomou o patamar de postos de trabalho registrados no período pré-crise, a taxa de desemprego no Grande ABC voltou a cair em agosto, fechando o mês em 11,3%, contra os 12,1% registrados no mês anterior, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

O desempenho também foi um dos melhores nos últimos doze meses, perdendo apenas para janeiro (com 10,5%) e empatando com fevereiro (11,2%). Na comparação com o mês de agosto do ano passado os postos de emprego avançaram 2,3% no percentual. Em números, a região possui hoje cerca de 160 mil desempregados, contra 185 mil no mesmo período de 2009.

"O crescimento relativo na comparação dos períodos é de 10,6%. Nos estudos que temos feito, a indústria mostra que não repôs totalmente o número de empregos de setembro de 2008, mas está muito perto disso. Até o fim do ano já teremos essa recuperação, que inicialmente era prevista só para 2011", avalia Sérgio Mendonça, um dos autores do estudo no Dieese.

Os números mostram ainda que além da queda no desemprego, o rendimento mensal dos moradores da região teve alta. A variação registrada no período foi de 2,1%, na comparação anual a taxa fica em 1,4%. "É importante acentuarmos esse crescimento do rendimento na região porque isso mostra a solidez da economia", avalia a professora do núcleo de Economia da Escolas de Negócios da USCS (Universidade Municipal de são Caetano), Marlene Cardiola Viola.

AUTOMATIZAÇÃO
A professora da USCS explica ainda que apesar da queda no desemprego, a taxa registrada no Grande ABC é uma das mais altas do país - em Belo horizonte, por exemplo, o índice é de 7,5% - por conta da automotização dos postos de trabalhos na indústria.

Apesar da situação, ela relata que a expansão dos negócios na área industrial alimenta boa parte dos empregos gerados e da economia na região. "O índice de desemprego caiu pelo quinto mês consecutivo e o PIB (Produto Interno Bruto) deve fechar o ano na casa dos 7%. Definitivamente é a indústria que puxa esse bom momento", atesta.


Bons índices aumentam expectativa para 2011

Na pesquisa da Fundação Seade e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), São Paulo registrou o menor índice de desemprego desde 1992. Os números reiteram a expectativa de que 2011 possa ser ainda melhor para a economia nacional. No entanto, para o pesquisador Sérgio Mendonça, ressalta que a recuperação dos postos de trabalho perdidos com a crise econômica diminuirá o ritmo de crescimento.

"O índice de crescimento no setor industrial deve cair um pouco, mas continuará favorável. Atualmente estamos em cerca de 10% e ficaremos em torno de 5% em 2011, taxa de crescimento significativa, com impacto no emprego industrial" revela.

COMÉRCIO E SERVIÇOS
Além da recuperação do setor industrial, o segmento de serviços e comércio também tiveram destaque na geração de vagas em agosto, com cerca de 63 mil postos de trabalho abertos no comércio no mês passado.

A previsão para Mendonça é que os dois grupos se solidifiquem cada vez mais como pilares da economia nacional. "Todos os setores estão gerando empregos: indústria, comércio, serviços. A construção civil também vai bem. Além disso, o setor de serviços é o que mais emprega gente no mercado de trabalho no Estado", pontua.

BOM DESEMPENHO
Na pesquisa, São Paulo teve um salto no número de pessoas ocupadas com índice 0,8% maior em agosto, atingindo 19,438 milhões de trabalhadores, enquanto a PEA (População Economicamente Ativa) é de 22,062 de indivíduos.




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