Economia Titulo Desacelerando
Economia cresce em ritmo mais lento
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
28/09/2010 | 07:38
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Depois de diminuir o ritmo de crescimento de 2,7% no primeiro trimestre (em relação aos três últimos meses de 2009) para 1,2% no segundo, a economia brasileira abriu o terceiro trimestre tirando ainda mais o pé do acelerador.

O indicador Serasa Experian de atividade econômica, que mede o PIB (Produto Interno Bruto, ou seja, toda a riqueza produzida no País) mensal, recuou 0,2% em julho frente a junho. E no acumulado dos primeiros sete meses do ano, a expansão ficou em 8,5% na comparação com igual período de 2009.

Pelo lado da oferta de produtos, a retração do PIB no mês reflete, principalmente, a queda de 1,2% na produção industrial. Do ponto de vista da demanda, os investimentos, que recuaram 1,9% no mês e as exportações (que caíram 1,8%) foram as responsáveis pelo desempenho mais fraco. O consumo das famílias compensou em parte essa performance ruim, ao registrar alta de 0,5%.

Para os economistas da Serasa, o fim dos incentivos fiscais para a aquisição de veículos (no fim de março), que gerou acúmulo de estoques nos pátios das montadoras, o aperto monetário conduzido pelo Banco Central, o enfraquecimento da economia mundial e o maior grau de endividamento dos consumidores ajudam a explicar essa trajetória de crescimento mais moderado.

No entanto, o gerente de indicadores da empresa de informações de crédito, Luiz Rabi, afirma que dados preliminares de agosto indicam que haverá melhora em relação a julho, revertendo a retração nesse mês. "O crescimento no terceiro trimestre deve ser semelhante ao do segundo. Em julho ainda havia o efeito da Copa do Mundo", salienta.

O delegado regional do Conselho Regional de Economia no Grande ABC, Leonel Tinoco, acrescenta que há diversos indicadores que mostram reação em agosto: o desemprego, que caiu para 6,7%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); a renda média que subiu mais de 5% no País; a facilidade de crédito; e o maior volume de recursos oferecidos pelos bancos.

"Esses quatro fatores levam o consumidor a comprar mais. Com o comércio aquecido, a indústria precisa produzir mais para crescer", afirma Tinoco.

NO ANO
Mesmo com a desaceleração, Rabi avalia que a economia brasileira crescerá cerca de 7% no ano frente a 2009, já que a primeira metade de 2010 teve expansão próxima de 10% e a segunda deve ficar perto de 5%.

"Deu uma arrefecida, mas a indústria continua forte", aponta Tinoco, acrescentando que a expectativa do mercado é de alta de 7,5% no ano.




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