A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) operou descolada do Exterior ontem, último dia de reserva de ações para os investidores do varejo e véspera da definição do preço da oferta pública de Petrobras.

O Ibovespa (índice Bovespa) subiu 0,89%, recuperando novamente os 68 mil pontos (68.325,18), após ter batido a máxima de 1,23% pela manhã. O volume financeiro somou R$ 7,4 bilhões.

O fim da pressão da oferta pública de Petrobras permitiu que outros papéis importantes do Ibovespa desviassem o foco para os fundamentos, como por exemplo Vale, que desde cedo engatou alta firme. "Com a oferta de Petrobras chegando ao fim, ações importantes do índice à vista que ficaram travadas este mês devem voltar a ganhar vida própria, seguindo os fundamentos do setor e da empresa", afirma o gerente de uma corretora brasileira.

Petrobras fez sombra neste mês de setembro a praticamente todos os papéis da Bolsa. Primeiro, com os investidores tentando a operação de capitalização, a maior de todos tempos, e depois fazendo caixa para comprar papéis da Estatal.

A valorização da Bovespa ontem só não foi maior por causa da continuidade da pressão vendedora em cima de Petrobras.

As ordens de compra na Bovespa foram estimuladas também, no caso das ações ligadas às commodities como Vale, pelo bom desempenho dos metais no Exterior.

Os metais básicos negociados em Londres encerraram a quarta-feira em alta. A queda generalizada do dólar beneficiou os mercados de commodities e fez com que o cobre subisse para o maior nível em cinco meses durante a sessão. A queda da moeda dos Estados Unidos torna os metais básicos, denominados em dólar, mais baratos para compradores que usam outras moedas.

Na dúvida sobre se o Federal Reserve vai ou não passar a comprar títulos do Tesouro para estimular a economia e prevenir o risco de deflação, os investidores nos EUA estão preferindo ativos considerados mais seguros do que as ações, como o ouro e os títulos do Tesouro.