Economia Titulo Aluguel
Busca por aluguel começa a desacelerar
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
22/09/2010 | 07:34
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Os valores acessíveis dos lançamentos imobiliários e a facilidade na aquisição de financiamentos começam a mudar o perfil dos consumidores do Grande ABC. Segundo especialistas do setor, é cada vez maior o número de clientes que buscam realizar o sonho da casa própria em detrimento do aluguel.

O presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradores do Grande ABC) e representante do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais) na região, Milton Bigucci, afirma que a facilidade na aquisição de imóveis ajuda a reverter os números dos aluguéis que até aqui apresentavam constante alta.

"Hoje as pessoas não estão procurando muita coisa para locação porque é mais fácil comprar imóvel do que alugar, tendo a chance de esperar dois ou três anos para conquistar de vez a casa própria. Comprar apartamento é mais fácil do que locar e você investe em um bem que será seu, com parcelas que cabem no bolso", afirma.

Os preços de locação e parcelas de aquisição de imóveis na região realmente batem os mesmos valores. Com isso, as imobiliárias confirmam a tendência de diminuição na procura pelo aluguel. Uma imobiliária de São Bernardo avisa que nos últimos dois meses teve queda na opção de locação, tanto que os preços já baixaram.

"Sentimos que a demanda está desacelerando, estabilizando. O valor médio cobrado está sendo segurado pelos proprietários. O mercado de locação sempre tem essa variação, não é um setor onde os números são contínuos, mas, nos últimos meses, tivemos mais estabilidade. Temos muita oferta de imóveis e temos proprietários baixando preços", garante a gerente de locação Simone Manfrinato Andreta.

Com a situação, o panorama se inverteu: até pouco tempo, interessados em locação demoravam até dois meses para achar um local. Agora, são os espaços que passam 60 dias disponíveis. "O problema é que o que as pessoas mais procuram são apartamentos na faixa de R$ 700, que é o que não temos", justifica Simone.

Apesar de confirmar a mudança no horizonte, outras imobiliárias da região afirmam que a procura segue aquecida.

Uma delas afirma que a demanda maior ainda é por apartamentos de dois dormitórios que custam, em média R$ 1.200. "Os preços ficam mais alto naqueles imóveis que todo mundo quer, como apartamento com dos quartos ou casa. São esses imóveis, quando ficam vagos, que têm alteração dos valores cobrados, pois a demanda é alta por eles", explica o diretor de locação e sócio da empresa, Douglas Gonçalves.

O proprietário de outra imobiliária, Aparecido Viana, também afirma que a procura por locação segue intensa em sua empresa. "Apesar de ter muitos lançamentos de imóveis na região, essas pessoas ainda procuram lugar para morar nesse ínterim. Obviamente, quando esse empreendimentos começarem a ser entregues, teremos readequação na procura, mas isso só virá com o tempo", atesta.

A expectativa do setor é que a maioria dos lançamentos na região comece a ser entregue em, no mínimo, 24 meses.


Apesar de mudança, preços seguem parâmetros da Capital
A mudança no perfil dos consumidores ainda não foi suficiente para segurar preços dos imóveis em locação na região. O valor do aluguel no Grande ABC registrou nova alta em agosto, com aumento de até 2,5% em relação ao mês de julho, mesmo parâmetro da Capital. Os preços médios na região também acompanham o índice paulista.

Os custos médios de locação variam de R$ 700 até R$ 1.800, de acordo com o imóvel desejado. A procura por casas de até dois dormitórios coloca a modalidade entre os mais caros, com média de R$ 1.800. "Você até encontra preços menores, mas em regiões afastadas dos centros", afirma o diretor de locação Douglas Gonçalves.

Apartamentos de dois e três dormitórios também lideram a lista de mais procurados. Os locais têm preços que variam de R$ 1.000 até R$ 1.500, de acordo com a cidade e o bairro escolhidos. Já os espaços com apenas um quarto seguem apenas como item de desejo, uma vez que a escassez desses imóveis na região torna o tempo de espera maior. (Paula Cabrera)




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