Política Titulo Eleições
Candidatos doam para campanha mais do que disseram ter de bens

A situação, no entanto, não é irregular, já que os recursos extras para campanha podem sair do salário ou empréstimos

Raphael Di Cunto
Especial para o Diário
21/09/2010 | 09:19
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De olho no voto dos eleitores, dez candidatos a deputado estadual e federal do Grande ABC doaram para as próprias campanhas valor acima do que declararam possuir de bens ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A situação não é irregular.Os recursos extras podem sair do salário ou empréstimos. Os casos verificados na região são todos de pequenas quantias, de no máximo R$ 2.500.

Embora limite pessoas físicas a doarem no máximo 10% dos rendimentos do ano anterior para campanhas, o Código Eleitoral não estabelece teto para recursos próprios. A quantia é estabelecida pelos próprios partidos, que colocam altos valores para evitar multas aos políticos.

Candidato a deputado federal, o servidor aposentado José Alves da Costa, o Dedé (PHS), declarou à Justiça Eleitoral possuir apenas R$ 2, referentes a participações em duas empresas inativas, mas doou R$ 5 para a própria campanha - valor total de sua arrecadação, inclusive.

Do outro lado da tabela, o professor da rede pública Leandro Martins Costa, apelidado de Leandro Recife (Psol), declarou não ter nenhum bem no registro de sua candidatura a deputado estadual.

O socialista, porém, tirou R$ 2.500 do próprio bolso para a campanha. "Veio do meu salário. Além de professor, presto assessoria política para a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo)", afirmou.

Disputando a primeira eleição, Leandro conta com apoio de apenas quatro voluntários para divulgar suas propostas. "A campanha é desigual, mas quem diz se vou me eleger são as urnas", frisa o político, que arrecadou R$ 8,2 mil até agora.

Outro candidato do Psol que doou mais recursos do que afirma ter, o fisioterapeuta e professor universitário Marcelo Reina,que concorre a deputado, atribui isso aos ideais do partido.

"O Psol não aceita doações de multinacionais, bancos, latifundiários ou empreiteiras. Não queremos vender a nossa alma", reforça o socialista que recebeu, além dos R$ 1.000 do próprio bolso, apenas R$ 500 de pessoas físicas. Ele declarou não possuir nada.




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