Economia Titulo Crescimento
Sete cidades avançam na busca por crédito

Montante de crédito contratado na região registra
avanço de 25%; variação nacional é de somente 12%

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
29/08/2010 | 07:41
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O País passa por uma sequência de resultados econômicos positivos desde que as faíscas da crise financeira mundial deixaram de atingir o território nacional, no primeiro semestre de 2009. E um dos atores dessa boa situação é o montante de crédito contratado, que vem crescendo mês a mês em todo o País. Neste cenário, o Grande ABC aparece como destaque. A região, em maio, superou em 25,2% o registro de crédito contratado em igual período do ano passado. Isso significa mais que o dobro do avanço nacional.

O acréscimo nos empréstimos totais do País, na comparação entre maio deste ano e o mesmo período de 2009, ficou em 12,2%, conforme consta na nota de política monetária e operações de crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional), publicada pelo BC (Banco Central do Brasil).

Na avaliação do gestor do curso de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Francisco Funcia, a superioridade da região sobre o resultado nacional revela o seu bom desempenho econômico. Mas é necessário destacar que, apesar do crescimento, em montante, o Grande ABC representa cerca de 1% do total contratado. Enquanto empresas e consumidores da região adquiriram R$ 9,8 bilhões de crédito, contra R$ 7,8 bilhões em maio de 2009, a nota do BC informa que a demanda nacional foi de R$ 981,5 bilhões, contra R$ 890,4 bilhões vistos no mesmo período do ano anterior.

RISCO - Funcia destaca que a liberação de crédito por parte das instituições financeiras depende de vários fatores, entre eles o risco de inadimplência. E se a análise dessas empresas é positiva sobre o tomador de empréstimo, é porque ele está economicamente saudável e apresenta poucas chances de não liquidar seu débito.

"Todas as operações dos bancos devem ter garantias. Mas não são apenas do fiador, ou o direito de retirar o bem adquirido pelo contratante. As instituições devem seguir regras determinadas pelo BC", explica Funcia. E entre as diretrizes da autarquia monetária está a comprovação de que o cliente terá possibilidade de pagar pelo empréstimo, ou seja, baixo risco de inadimplência, o que exige boa condição econômica.

CONDIÇÕES - Para Funcia, alguns motivos foram relevantes para que tanto a região quanto o País chegasse na casa dos dois dígitos no crescimento da contratação de empréstimo de maio. Entre elas está a redução das taxas de juros em várias modadalidades, o que impulsiona a demanda. "Se pegar a taxa de crédito pessoal na comparação dos meses, caiu de 46,6% para 43%. Financiamentos de veículos também despencaram de 29,2% para 24,8%."

Grande S.Paulo contratou 4 vezes menos

Comparando o crescimento nas contratações de crédito do Grande ABC em maio com o resultado da Região Metropolitana, as cidades daqui superam em mais de quatro vezes o montante. Enquanto a região avançou, sobre igual período do ano ano passado, 25,2%, a Grande São Paulo engordou o registro em 6,4%.

Os dados fazem parte de estatística do BC (Banco Central do Brasil). E o resultado da Grande São Paulo inclui também os valores contratados pela região. Porém, puxado pelos outros 32 municípios, acaba em desvantagem.

Segundo o gestor do curso de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Francisco Funcia, boa parte do resultado é decorrente dos investimentos efetuados pelas empresas. "O Grande ABC é muito forte na indústria", acrescentou, destacando que esse setor tem grande demanda por crédito.

CIDADES - Santo André foi a cidade na região com maior elevação na contratação de empréstimos, passando de R$ 2,1 bilhões em maio de 2009, para R$ 2,9 bilhões no em igual período deste ano - alta de 35,2%.

Mas São Bernardo levou o troféu em volume. A demanda do município foi de R$ 3,9 bilhões, registrando evolução de 23,4% sobre maio do ano passado. Apenas São Paulo contratou R$ 447,2 bilhões, mas subiu 2,5% na comparação. PS

Contribuição regional aumenta na comparação anual

A representatividade do Grande ABC no total de crédito contratado na Região Metropolitana também engordou em maio, sobre o mesmo período de 2009.

No ano passado, demandando R$ 7,8 bilhões, a região contribuiu com 1,42% do montante das 39 cidades da Grande São Paulo. Em maio, o percentual foi de 1,65%. A contratação no mês chegou a R$ 9,8 bilhões.

O gestor do curso de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Francisco Funcia, comenta que essa maior contribuição "aponta melhora econômica para a região".

Porém, destaca a representatividade da capital neste processo. A cidade contratou R$ 447,2 bilhões, o que significou 76% dos R$ 590,3 bilhões emprestados na Grande São Paulo.




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