Economia Titulo Mercosul
Citroën investe pesado no Mercosul
Wagner Oliveira
Enviado ao Rio de Janeiro
28/08/2010 | 07:10
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O presidente mundial da Citroën, Frederic Banzet, anunciou investimento de 700 milhões de euros no Mercosul nos próximos três anos. Sem explicar a divisão dos recursos, o executivo disse que o montante será aplicado entre 2010 e 2013 na ampliação da capacidade industrial da fábrica brasileira e argentina, incremento de tecnologia e renovação de produtos. "Vamos aproveitar todas as oportunidades na América do Sul daqui para frente", disse o executivo durante o lançamento do Citroën Aircross, anteontem no Rio de Janeiro.

Depois de um 2009 em que a Citroën não conseguiu acompanhar o ritmo de vendas do mercado brasileiro por ter eliminado o terceiro turno de produção na sua fábrica de Porto Real (RJ), a montadora do Grupo francês PSA Peugeot Citroën espera se recuperar em 2010. Com a chegada do Aircross, o diretor-geral da Citroën do Brasil, Ivan Segal, disse esperar crescimento de 24% da marca no Brasil, passando de um volume de 69.302 unidades comercializadas em 2009 para 85 mil neste ano.

O Aircross já começou a ser vendido em três versões: GL (R$ 53,9 mil) , GLX (R$ 56,9 mil e Exclusive (R$ 61,9 mil).

Só para o Aircross, o executivo projeta 2.000 unidades mensais no Brasil. Isso daria ao modelo 22% no segmento, onde os principais concorrentes são Ford EcoSport, Fiat Idea Adventure e Volkswagen CrossFox. "Mais que um novo produto, o Aircross representa para nós a oportunidade de entrar em um novo segmento, fato estratégico para a nossa ampliação comercial", disse Segal. Atualmente, a Citroën detém 2,5% das vendas e pretende avançar para 3,5% até o fim deste ano. Já o Grupo PSA está atualmente com 5% de market share no País.

Em 2010, os resultados da marca já têm sido bastante positivos, com vendas de 36.246 unidades no segmento de automóveis e comerciais leves no primeiro semestre, o que representa crescimento de 14,6% sobre as 31.639 unidades emplacadas no mesmo período de 2009. "No ano passado, preferimos priorizar o caixa", afirmou Banzet. "Os sinais que tínhamos na Europa e no resto do mundo nos mostravam que o melhor caminho era a cautela. O Brasil se recuperou muito bem apoiado nos incentivos fiscais concedidos pelo governo."

De acordo Segal, o Aircross é o primeiro carro desenvolvido fora da matriz na França. Chamado aqui pela Citroën de crossover ou SUV compacto premium - classificação até então inexistente no Brasil -, o Aircross recebeu investimento de 180 milhões de euros para ser feito em Porto Real. A linha de montagem sofreu amplas reformulações para produzir o modelo, cujas dimensões são maiores que as dos veículos até então produzidos na planta - como o Peugeot 207 e o Citroën C3.

Na verdade, o Aircross é uma adaptação do C3 Picasso, apresentado há dois anos na Europa. A diferença é que aqui o carro ganhou atributos aventureiros - aproveitando modismo local em que a aparência importa mais que o conteúdo de um verdadeiro off-road. O Aircross é 3,6 centímetros mais alto que o europeu C3 Picasso, recebeu novos para-choques, lanternas, grafismos, estribo, rack no teto e estepe fixado na porta traseira. O interior é totalmente novo, com painel e assentos redesenhados pelo centro de desenvolvimento de engenharia e design da Citroën em São Paulo.

"É praticamente um novo carro. O Aircross ficou muito bem adaptado ao gosto sul-americano", afirmou Banzet. Jornalistas sul-americanos também estiveram no Rio de Janeiro para o lançamento do veículo, que será vendido em toda a região.




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