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Soldado de Israel que postou fotos com presos palestinos não entende reações
Da AFP
17/08/2010 | 09:33
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A soldado israelense que provocou constrangimento no exército e indignação entre os palestinos ao publicar em seu perfil do Facebook fotos nas quais aparece sorridente ao lado de prisioneiros palestinos algemados e vendados disse, nesta terça-feira, que não entende o motivo de tanta revolta.

"Não compreendo o que fiz de errado. De minha parte, não houve violência ou menosprezo, não atentei contra ninguém", afirmou Eden Abargil, que já terminou seu serviço obrigatório, em entrevista à radio militar, um dia depois das fotos terem sido exibidas na televisão pública.

As imagens da soldado vêm acompanhadas da legenda: "o exército, melhor época da minha vida". Nelas, Eden aparece sorrindo, agachada junto a uma fila de prisioneiros palestinos sentados, com as mãos algemadas e os olhos cobertos por vendas.

Em um comunicado, o exército israelense denunciou "o comportamento vergonhoso da soldado", indicando que esta encerrou o serviço militar há um ano.

Segundo a rádio militar, Eden não pode ser punida por não pertencer mais ao exército.

As fotos também foram condenadas por representantes palestinos.

Ghasan Jatib, porta-voz da Autoridade Palestina, disse que as imagens ilustram como a ocupação está corrompendo os israelenses.

"Isso mostra a mentalidade do ocupante, orgulhoso por humilhar os palestinos", declarou em um comunicado. "Nada no mundo pode justificar esta humilhação, que faz parte das práticas diárias de ocupação de Israel".

Eden publicou ao todo três fotos, que aparentemente já foram retiradas de seu Facebook.

"Não falei com os palestinos; dei a eles de beber e comer, e não disse que estavam sendo fotografados", acrescentou a jovem, explicando que as fotos foram feitas em 2008 em uma base militar israelense "perto de Gaza".

De acordo com seu relato à rádio militar, os palestinos que aparecem nas fotos haviam "cruzado a barreira", em uma aparente referência aos habitantes de Gaza que são detidos tentando entrar em território israelense.

Ainda não foi esclarecido se os palestinos foram detidos por razões de segurança ou porque estavam tentando trabalhar ilegalmente em Israel.

"Fui fotografada de maneira inocente e ingênua, sem nenhuma intenção política. Não houve violência, tratava-se apenas da boa experiência que é estar no exército, isso é tudo", defendeu-se a ex-soldado.

O diretor do Comitê Israelense Contra a Tortura, Yishai Menuchin, condenou o comportamento da soldado em um comunicado, e considerou que o episódio "ilustra uma atitude que passou a ser a norma, e que consiste em tratar os palestinos como objetos, e não como seres humanos".

"Estes soldados israelenses são quase adolescentes, ou pouco mais, e estão em uma posição de poder, na qual podem dominar outros. Isso corrompe as pessoas jovens", disse, por sua vez, Ghasan Jatib.




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