Economia Titulo Neomater
Funcionários da Neomater se mobilizam
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
13/08/2010 | 07:15
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Em reunião ontem com funcionários do Hospital Puer - antiga maternidade Neomater - o SindSaúde (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Saúde) afirmou que em cerca de 35 dias a Justiça deve definir o futuro do estabelecimento e, para os dirigentes, o fechamento definitivo das portas deve ser efetivado com a falência da empresa.

"Existem indícios fortes para que a falência seja decretada. Há notícias sobre grandes pagamentos feito para pessoas físicas que não constavam na ação de recuperação", explica o advogado do sindicato, Márcio Ferezin.

A Justiça já nomeou escritório especializado em finanças para realizar balanço das dívidas do local, ainda não balizadas no processo. "Essa empresa foi nomeada há pouco mais de dez dias e tem 90 para entregar o estudo. É com base nisso que o juiz deve julgar a falência", conta o advogado.

Após a decisão, o sindicato e os funcionários terão 30 dias para protocolar ações e pedir o pagamento dos direitos trabalhistas, uma vez que o prédio de propriedade da Neomater também poderia ser tomado pela Receita Federal, que investiga irregularidades por conta de impostos.

"Apesar da situação, as dívidas trabalhistas são prioridade na liquidação no processo. Quem perder o prazo para protocolar o pedido, vai para o fim da fila e corre o risco de ficar sem nada", avalia Ferezin.

Ontem, cerca de 80 funcionários participaram da reunião com o sindicato para ter orientações sobre o que pode ser feito. A maioria deles não conseguiu nem mesmo a baixa na carteira de trabalho, sendo obrigados a entrar com pedido de rescisão indireta.

"Trabalhei dez meses no hospital e agora não consigo nem finalizar o contrato. Não recebi cesta básica, FGTS, e nem seguro desemprego consigo pedir", reclamou um deles, que preferiu não se identificar.

O presidente do sindicato, Waldir Tadeu David, afirma que uma das principais preocupações é a morosidade da Justiça no julgamento e o possível sucateamento do prédio e dos equipamentos enquanto a ação não é julgada. "Há outros casos no Grande ABC de hospitais que fecharam há 20 anos e os funcionários seguem sem receber. Temos de tentar outras medidas para impedir que isso ocorra", atesta.

Para estudar as opções, foi montada comissão com cinco trabalhadores para acompanhar o processo. A direção do hospital segue sem ser encontrada e não nomeou ainda novo advogado para representar a empresa após a desistência do antigo escritório do caso, há duas semanas.




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