Economia Titulo IBGE
Produção industrial acumula perda de 2% no segundo trimestre
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
04/08/2010 | 07:09
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A produção industrial brasileira apresentou queda de 1% em junho frente a maio e, com isso, acumulou perdas de 2% no segundo trimestre, segundo dados da pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada ontem.

Após a forte expansão da atividade das fábricas nos primeiros três meses do ano, o setor amargou, com essa, três quedas seguidas. A redução em junho se soma à retração de 0,2% em maio e a de 0,8% em abril.

A avaliação do economista André Macedo, da coordenação do estudo, é de que as indústrias do País passam por uma acomodação natural, depois da retirada de incentivos tributários - como o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido para carros e eletrodomésticos.

"No primeiro trimestre, houve fatores pontuais, como a antecipação de compras de veículos para aproveitar a redução do tributo. Além disso, o crédito estava em crescimento, as taxas estavam mais baixas e os prazos (dos financiamentos), mais longos", acrescenta o economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) Rogério de Souza.

No entanto, Macedo cita que o resultado ainda permanece próximo do patamar de março, que foi recorde histórico. Para ele, os níveis de estoque das empresas, que cresceram, e a Copa do Mundo - nos dias em que a Seleção jogou, houve interrupção da atividade fabril - também influíram em junho.

NO ANO
No primeiro semestre, na comparação com igual período do ano passado, o desempenho das indústrias ainda é 16,2% mais forte do que o observado no mesmo período de 2009. Em junho, frente ao mesmo mês do ano passado, a alta é de 11,1%.

Souza explica que os números expressivos se devem, em parte, ao nível baixo da atividade em 2009, quando o setor industrial foi atingido pelos efeitos da crise internacional (entre os quais a paralisação do crédito e a forte diminuição na demanda no Exterior).

"A expectativa é que tenhamos um crescimento mais condizente com a capacidade das fábricas depois dos ajustes. Mas isso não significa um revés. A indústria deve crescer mais de 10% no ano", afirma o economista do Iedi.

Por sua vez, o diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Caetano, William Pesinato, é cauteloso. "Tomara que não caia muito mais que isso. Os incentivos diminuíram e a situação na Europa continua difícil", assinala.




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