Economia Titulo Indústria
Medo do desemprego sobe em novembro
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
14/12/2011 | 07:29
Compartilhar notícia


A estagnação no cenário econômico brasileiro contribuiu para que o receio dos brasileiros sobre o desemprego crescesse em dezembro, com 81,6 pontos ante 78,7 pontos em setembro - alta de 3,7%. As informações são do Índice de Medo do Desemprego, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria.

O indicador, trimestral, é de base 100 e quanto mais alto for, maior o medo das pessoas perderem o emprego. Em comparação com dezembro de 2010, o crescimento foi de 2,9%.

Segundo a pesquisa, apesar desse aumento, o índice está próximo do piso histórico registrado em setembro (veja arte abaixo). O estudo destaca ainda que o brasileiro continua seguro de que o desemprego não irá afetá-lo nem a sua família.

"Apesar do índice ter crescido, ainda é baixo. É natural que o medo em perder o emprego fosse maior diante de algumas demissões que as empresas realizaram nos últimos meses e do cenário econômico mundial. Por esta razão, fica difícil de falar que o indicador representa tendência", explica o economista da CNI Marcelo Azevedo. "Na próxima pesquisa, a ser divulgada em março, nossa expectativa é de que o índice cresça novamente. Tudo depende de como será este fim de ano em termos econômicos", completa.

A elevação no índice foi puxada, principalmente, pelo aumento da parcela de pessoas que afirmam estar com muito medo do desemprego, que subiu de 12,8% em setembro para 19,2% em dezembro.

O percentual dos entrevistados que disseram estar com pouco medo do desemprego recuou de 30,2% para 23,1% no período. Já a parcela dos que responderam estar sem medo do desemprego aumentou de 57% em setembro para 57,7% em dezembro.

No Grande ABC, dirigentes sindicais acreditam que com as medidas tomadas pelo governo (como a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados para a linha branca), o mercado volte a ficar aquecido e as empresas a contratarem. "É natural que as pessoas fiquem preocupadas diante da desaceleração da economia do País. Esse resultado era previsível. No entanto, o mercado interno tem para onde crescer, temos reservas econômicas e diante de outras nações estamos fortalecidos", afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino, o Martinha.

Para ele, as indústrias da região devem voltar a contratar e a aumentar o ritmo das produções no início do ano. "Agora é o momento em que as companhias param para férias coletivas e fecham seus balanços e planejamento financeiro. Além das contratações temporárias no setor do comércio, a área industrial fica acomodada."

O segundo secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Cícero Marques da Costa, diz que os resultados do levantamento não o preocupam. "O mercado é feito de ciclos, não tem como a indústria crescer de forma gradual. Nesse caso, não conteríamos a inflação. Por isso, sou da opinião que as contratações e desempenho da economia serão melhores logo no início do ano. Na área automotiva nossa expectativa é a melhor."

O levantamento Índice de Medo do Desemprego foi elaborado pela CNI a partir de pesquisa de opinião pública realizada pelo Ibope. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 141 municípios entre os dias 2 e 5.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;