O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, informou que os aposentados que ganham acima de um salário-mínimo já receberão os benefícios com o reajuste de 7,72% na folha de julho. Os atrasados, relativos à diferença do percentual de 6,14% para 7,72%, serão pagos na folha de agosto.

A estimativa do ministro é que o pagamento retroativo custe cerca de metade do impacto previsto para o aumento, de R$ 1,6 bilhão, ou seja, os atrasados devem ficar em torno de R$ 800 milhões. Desde janeiro, os aposentados que ganham mais de um salário-mínimo recebem os benefícios reajustados em 6,14%. No entanto, esse percentual foi elevado pelo Congresso para 7,72% e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Gabas evitou fazer projeções do impacto do reajuste no déficit da Previdência. Ele admitiu que haverá necessidade de aumentar o financiamento da Previdência pelo Tesouro, mas destacou que o governo terá que buscar instrumentos, como a melhoria da arrecadação, que neutralizem o impacto negativo do reajuste. Ele disse que o INSS tem R$ 400 bilhões em dívidas que podem ser cobrados.

O ministro também considera que o reajuste concedido neste ano acima da inflação é pontual e destacou que não há política permanente de aumento dos benefícios. "Precisamos pensar em ações para compensar esse reajuste", afirmou.

Segundo ele, os salários podem ainda não estar no nível reivindicado pelo sindicato, mas certamente é um outro nível em relação ao passado.

Ainda sobre os benefícios dos aposentados, o ministro disse que vetar o reajuste de 7,72% seria um erro. Para ele, os custos do reajuste voltarão os cofres do governo por meio do aumento da arrecadação e da produção. "Existe neste País preconceito de que não pode dar dinheiro para pobre", disse.