O motorista que abastece com etanol pode ter de preparar o bolso para abastecer seu veículo. Não bastasse o litro do combustível custar em torno de R$ 1,99 nos postos de combustível da região, em plena safra, o valor pode subir R$ 0,05.

Segundo o presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR), Wagner de Souza, desde quinta-feira os postos do Grande ABC têm recebido o derivado de cana-de-açúcar R$ 0,05 mais caro. "As distribuidoras alegam que as usinas estão com pouco produto pelo fato de ter chovido muito, o que gerou problemas na colheita", diz.

Se o etanol continuar chegando mais caro durante a próxima semana, Souza avisa que o repasse deve chegar às bombas. "Falta estoque regulador. Se o governo estimulasse essa medida, não teríamos picos de alta do preço do etanol", afirma. Na prática, seria preciso financiamento destinado aos usineiros para que construíssem novos tanques e lá armazenassem o excesso produzido na safra ou em momentos fortes de colheita. A saída vem sendo amplamente discutida nos últimos anos, mas motivos como custo elevado do crédito e excesso de garantias são alegados para que a questão não saia do papel.

VANTAJOSO - Ao consumidor da região tem sido mais vantajoso abastecer com gasolina do que etanol. O litro do derivado do petróleo custa, em média, entre R$ 2,69 e R$ 2,79 nos postos das sete cidades.

Considerando o álcool a R$ 1,99 e a gasolina a R$ 2,69, basta fazer a conta, multiplicando o valor da gasolina por 70%. Neste caso, dá R$ 1,88. Significa dizer que, até este valor, vale a pena encher o tanque com etanol. Acima disso, a opção melhor é o combustível fóssil.