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Em tom de despedida, Lula diz que não deixa política
09/06/2010 | 07:49
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Após deixar a Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que pretende descansar um pouco, mas não se afastará da política. Um de seus projetos, revelou, é repassar sua experiência para países pobres da América Latina e África. "Estou prometendo para a minha mulher desde 1978, quando prometi largar o sindicato, voltar para casa. Já são 32 anos e eu estou cada vez mais distante, cada vez viajando mais. Então quero parar um pouco dentro de casa, sabendo que sou dirigente político e vou continuar fazendo política."

O presidente descartou a hipótese de se aposentar. "Vou continuar viajando o Brasil, vou continuar convivendo com meus amigos, ajudando naquilo que for possível ajudar. Eu não vou parar. Até porque eu tenho muita contribuição a dar para o País."

Lula aproveitou para comparar o seu governo com o de FHC. "Pegue os oito anos de Fernando Henrique Cardoso e veja quanto de dinheiro do governo federal veio para o Ceará. E pegue nos meus oito anos", disse.

Queixando-se do excesso de burocracia no Brasil, disse que fazer obra de infraestrutura hoje no País é mais complicado que há 50 anos. "Para a gente fazer uma obra não é tão fácil como há 50 anos. Hoje, entre você ter o projeto dessa obra e fazê-la você tem que passar pelo crivo do Ministério Público, depois pelo crivo do Tribunal de Contas do Estado, da União, do Ibama estadual, do Ibama federal.

Depois de tudo, você faz licitação. Aí uma empresa que perde entra na Justiça, e a obra fica um ano, dois anos esperando começar."

BALANÇO - Com relação aos seus dois mandatos, disse que sentiu maior dificuldade no primeiro. "Eu tinha consciência que qualquer representante da elite brasileira pode governar esse País, quebrar esse País - como muitos quebraram -, se afastam do governo, vão embora para o Exterior, passam dois, três anos lá fora estudando, ensinando o que não souberam fazer aqui. Aí volta e o povo esquece. Se candidata outra vez. Tem gente hoje rica, dando palestra. Eu tinha consciência que eu não podia errar porque eu nunca perdi de vista de onde eu vim e para onde eu vou voltar. Eu tenho lado, eu tenho origem e eu tenho orgulho dela e sei que vou voltar para lá. Quando terminar meu mandato não vou para Paris, não vou para Londres. Eu vou ficar no Brasil", disse.




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