O Papa Bento XVI iniciou suas viagens a terras ortodoxas por Chipre, onde pediu, nesta sexta-feira, paciência na busca pela paz e a unidade de todos os cristãos.

Em sua primeira visita a essa ilha mediterrânea, dividida há 36 anos entre comunidades cipriotas gregas e turcas, o papa disse "desejar viver em harmonia com seus vizinhos" e resolver "pacientemente" os problemas "pendentes".

Comentando, no avião que o levou a Chipre, o ataque israelense à flotilha de ajuda humanitária a Gaza, o pontífice afirmou que "em todos esses episódios que vivenciamos, há sempre o risco de perdermos a paciência e dizermos 'não quero mais procurar a paz'. Na verdade, não devemos perder a paciência e a coragem, mas sempre recomeçar com a certeza de que a paz é possível".

O papa chegou a Paphos, sudoeste de Chipre, país de maioria ortodoxa, benzeu uma oliveira plantada no aeroporto e participou de uma "celebração ecumênica" na igreja de Agia Kyriaki Chrysopolitissa.

Centenas de pessoas lotaram o local, algumas vestiam camisetas com o símbolo da Virgem Maria e outras traziam uma representação do papa.

Cidadãos filipinos, essencialmente mulheres que trabalham em Chipre como empregadas domésticas, acolheram o pontífice com bandeiras nas cores do Vaticano. A alguns metros do altar, turistas britânicos se debruçavam sobre as barreiras de contenção, alguns em trajes de banho.

"A unidade de todos os discípulos de Cristo é um dom que deve ser suplicado ao Pai, na esperança de que reafirme o testemunho do Evangelho no mundo atual", disse o papa durante a cerimônia. Ele pediu a continuidade do diálogo para "superar divergências passadas" entre as diferentes Igrejas.