Economia Titulo 24%
Investimento das autopeças será menor do que em 2012

Concorrência crescente com os importados
afeta rentabilidade das empresas

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
12/04/2013 | 07:23
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O volume de investimentos dos fabricantes de autopeças neste ano deve somar US$ 1,439 bilhão, o que será 24% menos do que em 2012, aponta projeção do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores). Esse total também significará queda (de 33%) em relação ao total de recursos aportados pelas empresas em 2011.

Os dados mostram as dificuldades do setor em meio à concorrência crescente com os produtos importados, que colaboram para a redução da rentabilidade no segmento. O levantamento do sindicato mostra que o deficit comercial (ou seja, o quanto as importações superam as exportações) vem se ampliando ano a ano. Em 2011, eram US$ 4,64 bilhões; no ano passado, o saldo fechou negativo em US$ 5,79 bilhões, e agora, o segmento deve fechar o ano com US$ 6,46 bilhões de deficit - resultado da diferença entre US$ 10,56 bilhões em vendas de peças ao Exterior e US$ 17,02 bilhões em compras desses itens de outros países.

A entidade também aponta que o faturamento total das empresas do ramo cresceu 7,5% no primeiro bimestre na comparação com igual período de 2012. No entanto, o percentual não deverá ser suficiente para recompor a queda observada em 2012. As projeções do Sindipeças para 2013 são de alta de 2,7% nas vendas ante 2012.

Empresário do ramo com fábrica em Mauá, Fausto Cestari Filho, que também é vice-presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), salienta que, apesar da melhora no faturamento frente ao ano passado, a demanda ainda está bem abaixo dos níveis de 2011 e, por isso, não se justificam ampliações da capacidade produtiva. "Os investimentos neste ano estão sendo para reduzir custos", afirma. Ele cita que sua indústria atua em duas frentes: na área de reposição (peças para lojas e oficinas) e no atendimento a montadoras de caminhões. Neste último segmento, os pedidos cresceram de 10% a 12% no primeiro trimestre ante janeiro a março de 2012. "Mas no ano passado caímos, em relação à média histórica, 40%", observa.

O programa Inovar-Auto, do governo federal, destinado a ampliar a competitividade da cadeia automotiva nacional, com a oferta de incentivo fiscal às montadoras em contrapartida à ampliação do conteúdo nacional (ou seja, das compras de peças fabricadas no País) ainda não deu resultado, assinala Cestari. Isso porque ainda falta regulamentar como será a aferição de quanto as fabricantes de veículos têm de componentes brasileiros nos carros.

INOVAR-AUTO - O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em parceria com a Agência de Desenvolvimento do Grande ABC e o Ciesp, entre outras entidades, realiza no dia 24 seminário para debater os desafios e oportunidades com o Inovar-Auto. Inscrições podem ser feitas pelo telefone 4128-4282.

 

 




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