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Após oito dias, 115 mineiros chineses são resgatados vivos no norte do país

Durante a madrugada, nove trabalhadores foram resgatados, seguidos horas mais tarde por outros 106, segundo a CCTV

Da AFP
05/04/2010 | 08:39
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Um total de 115 mineiros, dos 153 presos há oito dias em uma mina inundada do norte da China, foram resgatados com vida, e as operações prosseguiam nesta segunda-feira.

Durante a madrugada, nove trabalhadores foram resgatados, seguidos horas mais tarde por outros 106, de acordo com a CCTV (Televisão Central da China).

A mina de Wangjialing, na província de Shanxi, estava cercada por dezenas de ambulância e macas, usadas para a retirada dos sobreviventes. "Estou maravilhado, é a primeira vez que assistimos a dois milagres", declarou à CCTV Luo Lin, diretor da Administração da Segurança do Trabalho.

"É um milagre. Valeu a pena não ter dormido durante vários dias", afirmou, em meio a lágrimas, Wei Fusheng, que integra a equipe de resgate.

Até o momento, o governo não anunciou o número de mortos da catástrofe de 28 de março. Mas socorristas citados pela imprensa chinesa afirmaram ter visto corpos no fundo da mina.

Os trabalhadores salvos, envolvidos em cobertores e com os rostos protegidos por toalhas ou peças de roupa para evitar o contato direto com a luz depois de mais de uma semana no escuro, eram recebidos com aplausos pelas equipes de resgate e os médicos.

Os nove primeiros resgatados estavam totalmente desidratados e receberam soro e oxigênio.

Mas de acordo com a agência China News Service, que citou fontes do hospital de Heijin, a 50 quilômetros da mina, o estado dos trabalhadores era estável algumas horas após o resgate.

Os primeiros resgates deram esperanças às autoridades. Os primeiros sinais de vida foram detectados na sexta-feira, quando foram ouvidos golpes numa tubulação e foi erguido até a superfície um tubo com arame farpado aparentemente enrolado pelos mineiros presos.

Rapidamente foram descidos baldes com alimentos pela abertura, através da qual o cano passava, na esperança de poder alcançar os sobreviventes.

As equipes de socorro conseguiram entrar pela passagem no sábado e informaram sobre uma situação complicada porque havia mais água do que esperavam no local, apesar de 3.000 pessoas estarem bombeando o líquido desde o início da semana.

Mas, no domingo à noite, também conseguiram identificar raios de luz, que os levaram até os primeiros sobreviventes.

Na manhã desta segunda-feira, uma equipe de 300 socorristas voltou a descer pela passagem.

Um fim menos trágico que as autoridades temiam, num setor de trabalho que na última semana teve perdas humanas alarmantes, mesmo para um país conhecido pelo perigo de suas minas.

Trinta pessoas morreram e dezenas ficaram desaparecidas em cinco acidentes diferentes.

A segurança é deplorável nas minas de carvão chinesas, que abastecem cerca de 70% das necessidades energéticas do país.

No ano passado, 2.631 pessoas morreram nas minas de carvão chinesas, ou seja, quase sete mortos por dia.




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