Desde que a personagem da atriz Alinne Moraes ficou tetraplégica na novela Viver a Vida, da Globo, muita gente parou para pensar e entender um pouquinho a rotina dos cadeirantes. No começo, o público queria que ela voltasse a andar, mas essa não é a realidade. Na verdade, Luciana mostrou ser forte e conseguiu encontrar a felicidade e um grande amor usando a cadeira de rodas.

Para viver a cadeirante na trama, a atriz passou um tempo na companhia de Flávia Cintra, 36 anos, que ensinou sua personagem a comer, a se mover e a se gostar. "Fiquei muito feliz com o convite", diz a jornalista, que sofreu acidente de carro aos 18 anos, mas conseguiu superar tudo e hoje é mãe de gêmeos. Flávia já declarou que a deficiência é uma característica que algumas vezes desaparece e em outras se torna gigante. Tem horas que acha ruim e em outras, até gosta.

À medida que Luciana foi se adaptando na novela, encontrou outros na mesma situação. Foi então que Vanessa Romanelli, 24 anos, surgiu na trama, depois de passar no teste para o papel. Ela intepreta Camila, cadeirante casada que dá dicas à protagonista. "É muito importante falar sobre o tema em horário nobre. Apesar de a reabilitação não ocorrer tão rapidamente, a Alinne (a atriz) está fazendo tudo certo."
A paulistana tem doença congênita que a obrigou a usar a cadeira de rodas aos 16 anos. "Foi difícil a transição, mas acho que todo adolescente passa por uma fase de dúvidas. É complicado para todo mundo. Depois que entra na faculdade, tudo fica mais leve", garante.

Vanessa cursou Biologia e agora faz mestrado na área. Ela acredita que conseguiu superar bem a dificuldade com a ajuda da família e a própria força de vontade. "Não é porque essa é minha condição, que vou desistir, ou ficar chorando pelos cantos. É preciso sempre olhar para a frente e seguir a vida, ser produtiva, ser útil."