A estudante de Relações Públicas Larissa Leme, 20 anos, teria tudo para ser triste e depressiva. Aos 9, sofreu um acidente de carro que matou o pai e a avó, deixou a mãe e a prima com sequelas, e ela nunca mais voltou a andar. "Sempre quis seguir minha vida. Brinco que a cadeira não é um obstáculo e sim um acessório", diz a garota, que adora sair de balada. "Não gosto de ser tratada como diferente. Curto mesmo ficar no meio das pessoas. Meus amigos até esquecem que uso cadeira."

Larissa divide seu dia entre o estágio e a faculdade. Quando tinha mais tempo, ainda treinava basquete na ADD (Associação Desportiva para Deficientes). "Foi muito importante para mim conviver com as pessoas de lá. A energia era positiva." Para ir de um lugar ao outro, a estudante dirige um veículo adaptado. "Foi ótimo conseguir o carro. Ele me dá liberdade de ir para onde eu quero na hora que eu quero." Agora Larissa não está namorando, mas conta que nunca teve problemas para se relacionar. "Até chamo mais atenção numa balada por estar de cadeira. Acho que o segredo é não se fechar para as pessoas. Ninguém vai conversar com alguém que está de cara brava."