Diarinho Titulo Serve de exemplo
Vale a pena insistir
Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
21/03/2010 | 07:37
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Às vezes a gente fica chateado porque se sente injustiçado. Muitos desistem de lutar por aquilo que acreditam por achar que não vai dar certo ou porque vai ser difícil. Mas alguns insistem até, finalmente, conseguir. Percebem que não estão sozinhos. Foi o caso de uma turminha do Colégio Etip, de Santo André.

Há tempos, eles lutam para colocar um semáforo em frente à escola, por causa dos acidentes que já ocorreram por lá. Várias providências - e até abaixo-assinado - foram tomadas, mas nada acontecia. Até que avô e neta se uniram para resolver de vez o problema. Deu certo.

"Achava muito perigoso atravessar aquela rua (Lino Jardim)", conta Andressa Silva Cestarolli, 8 anos. Ela e o avô sempre observavam as dificuldades dos alunos, principalmente a de uma menina na cadeira de rodas. Eles ficaram indignados e resolveram agir.

"Pedi ajuda à Ouvidoria da cidade e entrei em contato com o promotor da Justiça e Cidadania. Demorou um ano, mas deu certo", conta orgulhoso Antônio Paulo Cestarolli, 70. Ele ganhou cartinhas de agradecimento dos alunos e da escola por seu esforço. "Foi a melhor recompensa. Tudo vale a pena, com certeza."

"Agora eu e meus amigos estamos mais tranquilos. Meu avô foi um herói", afirma Andressa, que acredita que até as crianças precisam lutar pelo que é certo. "Aprendi que se formos atrás do que queremos, conseguimos no final."

Todos podem reclamar
Se o cidadão pode lutar para garantir melhor qualidade de vida, o consumidor também deve reclamar e até devolver o produto que comprou se estiver com defeito, com peças faltando, quando não fica satisfeito, entre outros motivos. O direito está garantido no Código de Defesa do Consumidor.

A lei, válida desde 1991, dá a quem compra maior segurança e a quem vende a responsabilidade de comercializar mercadorias de boa qualidade. "É bom que o consumidor busque seus direitos ainda criança. Se o produto não está certo, quem tem menos de 16 anos deve pedir para os pais ligarem para o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) e tomar providências", explica Maíra Feltrin, advogada do Instituto de Defesa do Consumidor.

O instituto, inclusive, criou uma cartilha com tudo o que é possível fazer quando o consumidor se sente lesado (confira no www.idec.org.br). O livrinho foi feito com a ajuda de reclamações reais de consumidores de 11 a 14 anos. Quer um exemplo? Mário comprou um tênis cuja sola rasgou depois de alguns dias de uso. Ele levou o produto na loja, mostrou a nota fiscal e conseguiu trocar por um novinho! Para isso, é importante pedir a nota e guardá-la.

Não pode desrespeitar os direitos
Ser cidadão é manter uma relação de respeito com a sociedade e com o meio em que vive. Também é bater o pé para que os direitos não sejam só leis no papel.

Lutar para que a vida seja melhor faz parte da rotina de Gabrielle Milanesio, 11 anos. Ela nasceu com deficiência na coluna e precisa da cadeira de rodas para se locomover. Ela não vê problema nisso, mas algumas coisas atrapalham o dia a dia. "É ruim andar na rua. Ainda bem que conseguiram colocar o farol na porta da escola. Vai ser melhor para mim e para todos."

O pai, Paulo Milanesio, conta que fica mais difícil garantir os direitos quando, além do governo, outras pessoas também desrespeitam. "Muita gente para na vaga ou usa o banheiro para os deficientes físicos. É complicado." Paulo garante que, por mais difícil que a solução pareça, nunca devemos desistir. "As crianças já sabem disso."

Anote aí
Para reclamar sobre algum problema da cidade (buraco, trânsito, violência) é preciso escrever um documento e entregá-lo na prefeitura para que seja encaminhado ao setor responsável. Se não tiver retorno, o Ministério Público pode intervir. Esse órgão defende os cidadãos.

Se for um produto, dá para ligar para o número de telefone do serviço de atendimento ao consumidor (obrigatório e gratuito) da empresa que fabrica. Se não der certo, procure o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) da sua cidade. Acesse www.procon.sp.gov.br




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