Com voto de integrante da oposição, o vereador governista Fábio Landi (DEM) foi eleito ontem 2º secretário da mesa diretora da Câmara de São Bernardo, como o Diário antecipou há uma semana. Pastor Ivanildo de Santana (PSB), apoiou o democrata da bancada adversária em detrimento ao parceiro do bloco contrário ao governo Juarez Tudo Azul (PSDB), que concorria ao cargo.

O voto do socialista somou-se aos 11 da base aliada do governo para eleger Landi. O tucano obteve sete indicações - o peemedebista Tunico Vieira e o socialista Antônio Cabrera não foram à sessão extra de ontem.

A atitude do Pastor Ivanildo disseminou imediatamente a hipótese de ele pular o muro para engrossar o grupo do prefeito Luiz Marinho (PT) no Legislativo. "Ficou notório que ele vai para o governo", comentou o presidente da Casa, Otávio Manente (PPS), aliado da administração.

Depois da votação, ainda no plenário, o líder da oposição, Ary de Oliveira (PSB), conversou isoladamente com Pastor Ivanildo, mas preferiu evitar polêmica. "Ele tem seus motivos", limitou-se a dizer Ary.

Indagado sobre a possível ida para o bloco do governo, o autor do voto foi sucinto. "Acompanho o partido", resumiu Pastor Ivanildo, ligado ao grupo do ex-prefeito William Dib (PSDB), principal rival de Marinho. Com cinco vereadores na Câmara, o PSB, ex-partido de Dib, continua na oposição. "Votei nele porque acho que a vaga é do DEM", justificou.

SECRETARIA - A definição do 2º secretário também causou polêmica. Os votos de Otávio Manente e Marcelo Lima (PPS), que abriu mão do cargo, em Fábio Landi foram as surpresas da votação.

Segundo Otávio, o popular-socialista lançou candidatura ao posto porque a bancada petista definiu apoio ao democrata sem consultá-los. E o fato de Landi ter assumido compromisso para renunciar a função se Ramon Ramos (DEM), cassado, retornar, "foi preponderante" para resolver a celeuma. "O PPS se sentiu constrangido por não participar das conversas. Hoje (ontem) dialogamos e tudo foi resolvido", discorreu o presidente, rechaçando mais uma vez que a recusa a Landi na sessão anterior teria relação com a falta de apoio do parlamentar à reeleição de seu filho, Alex Manente (PPS), à Assembleia Legislativa.

Wagner Lino (PT) defendeu que os democratas deveriam ficar com o posto, por questão de "democracia" e representatividade na mesa diretora. "Existem três vereadores da situação no comando da Casa. A democracia seria verdadeira se ao menos um representante da oposição estivesse na mesa", rebateu Admir Ferro (PSDB).