Economia Titulo Caminhos da Escola
Alunos ganharão 2 milhões de bicicletas
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
28/02/2010 | 07:40
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Depois de barcos e ônibus, o governo federal coordena agora um programa nacional para facilitar e induzir municípios e estados a comprar bicicletas para o transporte de estudantes, principalmente, para os que moram na zona rural. O programa Caminhos da Escola pode fomentar a compra de até 2 milhões de "magrelas" ainda neste ano.

Coordenado pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), autarquia do Ministério da Educação, o projeto também deve ajudar a indústria de duas rodas a recuperar produção e vendas, prejudicadas em 2009 com a crise econômica mundial. Pólo industrial, o Grande ABC também pode se beneficiar, na medida que tem fornecedores de peças para o setor.

As vendas de bicicletas caíram 8,6% no passado em relação a 2008, passando de 5,8 milhões para 5,3 milhões. Com a recuperação da economia e o programa do MEC, a expectativa é que o mercado suba 7,5% em 2010, mas ainda fique abaixo ao de 2008, com 5,7 milhões de unidades.

O diretor de administração e tecnologia do FNDE, José Carlos Wanderlye Dias de Freitas, afirmou que o governo identificou a necessidade de complementar com bicicletas o transporte de estudantes que, atualmente, se deslocam a pé numa distância até cinco quilômetros de casa para pegar o ônibus ou barcos em várias regiões do País.

"A bicicleta vai diminuir o tempo de deslocamento, ajudar numa atividade saudável e melhorar a frequência nas escolas", afirmou Freitas. "É um meio de transporte muito útil e necessário em muitas localidades do interior do Brasil."

Em 2007, o Ministério da Educação deu início ao programa Caminhos da Escola. O objetivo é facilitar a compra de equipamentos de apoio escolar por meio de um modelo de gestão que dê escala, logística, transparência, especificações e segurança às administrações estaduais e municipais, reduzindo o espaço para preços superfaturados e fraudes.

Financiamento - O programa também facilita o acesso ao crédito por meio de recursos da União ou financiamento junto a instituições como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Ele também fomenta a produção da indústria. Só no último pregão eletrônico realizado em janeiro, foram negociados 7.000 ônibus escolares, envolvendo negócios de R$ 700 milhões. A expectativa é que o programa gere, com os veículos escolares, negócios superior a R$ 2 bilhões, com novas encomendas.

Para se credenciar a disputar o leilão, fabricantes devem atender a especificações e normas rigorosas estabelecidas por parceiros do FNDE, como o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Legal de Qualidade Industrial. No leilão, vence quem oferecer o melhor produto pelo melhor preço. "No caso dos ônibus, conseguimos um veículo de qualidade de altíssimo nível com preço 30% inferior ao que vinha sendo praticado no mercado", afirmou Freitas.

O FNDE também encomendou a estaleiros 3.000 mil lanchas que também vão ser utilizadas no transporte escolar. Só para lanchas, o governo federal disponibilizou R$ 100 milhões.

Especificações - A FGV ( Fundação Getúlio Vargas) está fazendo o levantamento de mercado para o projeto que vai incluir a bicicleta no transporte escolar. Nesta fase, são definidas especificações do produto, como preço, peso, acessórios, dimensões e durabilidade, entre outros quesitos.

"Acreditamos que o projeto vai ser de grande importância para fomentar os negócios do setor", afirmou o diretor executivo da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares). "É uma forma de motivar as vendas e alavancar a indústria."




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