Economia Titulo Consumo
Preço do panetone vai
subir menos neste ano

Mesmo com dólar alto e economia lenta, repasse
deve ser menor; padarias apostam no diferencial

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
29/09/2014 | 07:04
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Andréa Iseki/DGABC


Até o fim de agosto, a Grande São Paulo teve inflação média de 5,35% nos itens de panificação, revela o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esta é a previsão mínima de alta nos preços dos panetones comercializados na região neste ano, destaca o presidente do Sipan-Aipan (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santo André), Antonio Carlos Henriques. Em 2013, os valores subiram, em média, na mesma época, 10%.

Os fabricantes, porém, ainda estão incertos se essa variação será mantida. Isso porque o dólar (hoje em R$ 2,43) tem influenciado no custo da produção, principalmente gerando inflação às empresas nas uvas passas, que são importadas, normalmente, da Turquia, da Argentina e do Chile, e também no chocolate, da Bélgica. Por outro lado, as incertezas em relação à demanda do consumidor, considerando o cenário econômico em desaceleração, podem segurar os preços, tendo em vista o risco de as vendas, a partir de outubro, não atingirem o esperado.

Nas padarias de locais movimentados do Grande ABC os consumidores já encontrarão, a partir do mês que vem, principalmente, opções de panetones diferenciados, com preços entre R$ 25 e R$ 40, acredita Henriques. “O momento é de apostar em produtos mais selecionados, de maior qualidade. É interessante, principalmente, porque pode ser comprado para presente, por exemplo.”

Serão destaques tanto os panetones salgados, confeccionados com presunto e queijo, linguiça calabresa ou bacon, como também aqueles que agradam em dobro os paladares: os gelados, que contam com recheio de sorvete.

Em geral, as padarias representam 20% do mercado de panetones na região. Mas, neste ano, diz Henriques, o cenário é imprevisível por causa do risco de menor demanda do pão natalino. O representante das panificadoras observou, porém, que “os produtos com ingredientes de maior qualidade, com certeza, serão mais baratos nas padarias”. “Só as embalagens (de lata, por exemplo) encarecem muito o produto no mercado”, justificou. Ele pontuou, ainda, que se a aposta for em itens mais simples, o consumidor acaba optando pelos supermercados.

INDÚSTRIA - A fábrica de pães da Coop, em Mauá, direcionou grande parte de seus esforços para a produção de panetones. Segundo o gerente Osmar Yoshihide Kimura, a previsão é colocar nas lojas da rede 400 toneladas do produto, ou seja, aproximadamente 800 mil unidades, nos sabores tradicional (de frutas cristalizadas), chocolate, floresta negra (cereja com chocolate) e salgado, alta de 9% em relação à produção do mesmo período de 2013. “Em outubro, novembro e dezembro (até o dia 20), a produção aumenta para 114 toneladas (por mês, de média de 30 em setembro)”, explica Kimura.

O panetone é um produto que está disponível durante o ano inteiro nas unidades da Coop. Porém, destacou o gerente, ainda não há definição sobre variação nos preços atuais. “Vai depender de como o mercado se comportar para depois definirmos estratégia.”
 




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