Executivos da Toyota pediram ontem desculpas diante de uma subcomissão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos pelos problemas em modelos da marca, mas os parlamentares norte-americanos acusaram a montadora de ter enganado o público.

Ao abrir a sessão, o democrata Bart Stupak (Michigan), que coordena as investigações do Comitê, expressou suas dúvidas em relação à confiabilidade dos sistemas eletrônicos dos automóveis Toyota, que poderiam ter causado os problemas de aceleração súbita constatados.

Além disso, Stupak questionou o controle da agência de segurança de transportes dos Estados Unidos sobre o caso, indagando se o órgão não teria sido "condescendente demais". O congressista também acusou a Toyota de ter "enganado os consumidores norte-americanos" em suas declarações sobre os problemas de aceleração súbita e de ter-se baseado em informações incorretas para descartar a possibilidade de defeitos nos sistemas eletrônicos dos carros como possível causa do problema no pedal de aceleração.

Por sua vez, o diretor de operações da companhia japonesa no país, Jim Lentz, acredita que os sistemas da empresa não apresentam problemas ainda que reconheça que a companhia levou "tempo demais para tomar uma atitude sobre os problemas excepcionais de segurança, mas sérios", e atribuiu a demora a "comunicação ruim no interior da Toyota, com os reguladores e os consumidores".

O presidente da Toyota, Akio Toyoda, vai prestar depoimento amanhã no Comitê. No discurso que fará, já divulgado ontem, ele lamentará qualquer acidente causado por seus veículos e atribuirá os problemas de aceleração súbita à frouxidão das normas de segurança causada, por sua vez, pelo intenso ritmo de crescimento da companhia.