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Israel rebate acusações de Dubai
Da AFP
19/02/2010 | 08:30
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Israel, em plena tempestade diplomática pelo caso dos pasaportes falsos, rebateu nesta sexta-feira, alegando falta de provas, as acusações da polícia de Dubai, que responsabiliza os serviços secretos do Estado hebreu pelo assassinato de um dirigente do movimento radical palestino Hamas.

"A polícia de Dubai não apresentou nenhuma prova que respalde uma incriminação neste caso", disse uma fonte do governo israelense, que pediu anonimato.

O chefe de polícia de Dubai, o tenente-general Dhahi Khalfan, afirmou na quinta-feira estar "99% seguro, e até 100%" da responsabilidade do Mossad no assassinato de Mahmud al-Mabhuh, um dos fundadores do braço armado do Hamas, que foi encontrado morto em um quarto de hotel de Dubai, em 20 de janeiro.

"Até agora, ninguém sabe o que aconteceu. A polícia de Dubai não conseguiu nem explicar as circunstâncias da morte", afirmou a fonte israelense.

Khalfan declarou na segunda-feira, ao anunciar que reconstituiu os detalhes do crime e gestos dos membros do esquadrão que teria matado Al Mabhuh, que o dirigente do Hamas foi "asfixiado depois de ter recebido possivelmente uma descarga elétrica".

"Nem sequer há provas de que (Mabhuh) tenha sido assassinado. Tudo o que se vê nos vídeos são pessoas que falam no telefone", acrescentou a fonte israelense.

Por este motivo, considerou "ridículas" as ameaças de Dubai de pedir a emissão de uma ordem internacional de prisão contra o chefe do Mossad, Meir Dagan.

O chefe de polícia de Dubai afirmou na quinta-feira que "se for confirmado que o Mossad está por trás do crime, o que parece agora possível, a Interpol deveria emitir uma notificação vermelha para o chefe do Mossad, porque seria um assassino".

As notificações vermelhas da Interpol são avisos de busca internacional para uma extradição.

A fonte israelense minimizou a importância da convocação dos embaixadores do Estado hebreu na Grã-Bretanha, Irlanda, França e Alemanha para dar explicações pelo uso de passaportes destes países, aparentemente falsos, por parte de 11 pessoas (10 homens e uma mulher) supostamente envolvidas no assassinato do dirigente do Hamas.

"Estes países pediram apenas a ajuda de Israel para esclarecer a utilização destes passaportes", afirmou.

Outra fonte do governo israelense, citada pelo site do jornal Haaretz, opinou que "levando em consideração a falta de provas, a agitação criada pelo assunto deve se acalmar rapidamente".

A imprensa israelense dá a entender que o Mossad é o responsável pela eliminação do dirigente do Hamas, envolvido no assassinato de dois soldados hebreus e considerado por Israel um elemento chave do contrabando de armas para a Faixa de Gaza, sob controle do Hamas.

No conjunto, a imprensa justifica este tipo de operação, mas se preocupa com as complicações que pode gerar o uso de falsos passaportes e as usurpações de identidade pelo Mossad.

O jornal em língua inglesa Jerusalem Post (pró-governo) responde a imprensa britânica, que critica o uso de passaportes falsos, algo que não é novo por parte do Mossad.

"Há boas razões para pensar que alguns setores na Grã-Bretanha teriam reagido da mesma forma se no hotel fosse encontrado Osama Bin Laden ou Adolf Eichmann", afirma o jornal, em referência ao líder da Al-Qaeda e ao criminoso de guerra nazista sequestrado na Argentina, em 1960, pelo Mossad, condenado a morte e executado em 1962 em Israel.

Segundo o jornal, "os que criticam o Mossad não compreendem que às vezes o fim justifica os meios".

 




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