Economia Titulo Seu bolso
Alta do tomate já afeta
o bolso na hora da pizza

Fabricantes da região cobram até R$ 1 a mais por rodelas
do fruto na redonda e avisam que um reajuste está por vir

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
06/04/2013 | 07:36
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Comer uma saborosa pizza no fim de semana já está pesando mais no bolso dos moradores da região. Em alguns estabelecimentos, aquelas que levam rodelas de tomate tiveram acréscimo entre R$ 0,50 e R$ 1. Tudo isso por conta do crescente aumento do preço do fruto - vendido a R$ 10 em média.

Em apenas uma semana a sócia-proprietária da Pizzaria do Gino, de São Bernardo, Evani Belletato de Moraes, gastou R$ 480 em tomates. "Paguei R$ 120 por cada caixa de 20 quilos cada, no caso, quatro." No mesmo período de 2012, o desembolso era bem menor: R$ 200 - R$ 50 por caixa.

Na Bonna Pizza, de Santo André, os gastos aumentaram tanto que o repasse aos clientes foi inevitável. "Em algumas (pizzas) é preciso arredondar os valores. Em outras, que não têm o fruto (em rodelas), mas que os clientes pedem para adicionar, cobro extra de R$ 1", cita a proprietária Ana Lúcia da Costa Rocha. Neste mês, o estabelecimento já teve que reajustar em R$ 2 alguns sabores. "Costumo elevar os preços uma vez ao ano, neste, em específico, tive que adiantar o aumento", destaca.

A saída para diminuir as despesas na Pizzaria Vila Romana, também localizada no município andreense, foi trocar o molho fresco pelo extrato em lata. Além disso, como o estabelecimento serve almoço por quilo, a salada de tomates foi extinta. "É a única forma de manter os preços. Como sabemos que isso não agrada o cliente, a medida foi diminuir o consumo do item", relata a proprietária Elisa Sasaki.

"Bom mesmo era quando a caixa de 20 quilos custava R$ 60, quando o quilo era comercializado a R$ 3", completa a empresária. Atualmente o custo dela com o item, indispensável na pizza, é de R$ 120.

A Magia Pizza, de São Caetano, diz estar acostumada com essas altas repentinas do fruto, mas confessa que nunca viu "preço tão absurdo". O local pagou nesta semana R$ 126 por 20 quilos do fruto e reclamam que, além de caro, o alimento não está com boa qualidade. "Pelo contrário, muitos vêm estragados, amassados, passados. Ainda lidamos com o prejuízo", diz funcionário que preferiu não se identificar.

Buscando alternativas, a Pizzaria Castelo, de Mauá, decidiu misturar o tomate fresco com o extrato enlatado ao fazer o molho. "Estamos tentando equalizar os itens, assim não precisamos elevar os valores e o sabor continua igual", analisa o proprietário Wanderlei dos Santos. Rodelas em cima da redonda, só quando está descrito no cardápio.

PARCELA - Segundo donos de pizzarias, o molho de tomate já responde por cerca de 12% do preço da pizza. Há um ano representava 4%. Hoje, se a redonda custa R$ 50, R$ 6 são provenientes só do molho. Outros 30%, recheio, e 5% da massa. Os 53% restante somam gastos com impostos, mão de obra, embalagem etc.

 

Quilo do fruto no Grande ABC bateu R$ 10 nesta semana

Em março do ano passado comprar um quilo de tomate custava, ao consumidor, cerca de R$ 3. Hoje é comercializado por R$ 10, em média, entre supermercados do Grande ABC. Uma das opções da dona de casa é dar espaço aos extratos de tomate, cuja lata com 340 gramas é vendida a R$ 2,20, em média, podendo variar entre R$ 1,15 e R$ 2,99, entre os estabelecimentos. E evitar o fruto nas saladas.

Na verdade, o tomate não é o único item do grupo dos hortifrutigranjeiros que está pesando no valor das compras. O quilo do pimentão, a R$ 19,90, tem espantado quem trabalho com restaurantes. "É o mesmo valor do que um quilo de filé-mignon. Não é um absurdo?", questiona a dona da Pizzaria Vila Romana, de Santo André, Elisa Sasaki.

Isso acontece porque os alimentos in natura são muito perecíveis e estragam com facilidade, com uma simples mudança no clima, explica o engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Fábio Vezzá De Benedetto.

 

 




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